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Para quem paga ou recebe em dinheiro, a dúvida é: o que fazer para desinfetar notas e moedas? Congelar não é, no entanto, a solução, como explicou, na TSF, o virologista Celso Cunha do Instituto de Higiene e Medicina Tropical.
"Congelar as notas ou moedas no congelador a temperaturas negativas não tem efeitos dores contra o vírus, pelo contrário: há vírus que se mantêm viáveis por períodos mais longos de tempo em temperaturas negativas", adiantou Celso Cunha no programa da TSF Perguntas com Resposta.

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Embora ainda "não existam dados suficientes" sobre o novo coronavírus, "por analogia com outros vírus com estrutura semelhante", Celso Cunha suspeita que "é provável que estes vírus se mantenham viáveis a baixas temperaturas"
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Logo "não é aconselhável congelar qualquer meio de pagamento como forma de inativar o vírus". As notas não podem ser limpas com os habituais produtos de limpeza porque seriam danificadas e quanto às moedas, só se forem "desinfetadas, uma a uma com uma solução de álcool a 70%". Por isso, o melhor mesmo é lavar muito bem as mãos quando mexer em dinheiro.

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Quem e quando deve fazer testes?
"Obviamente que o ideal seria que todos pudéssemos fazer testes, mas isso não é viável", explicou a médica Cláudia Conceição, lembrando que "há testes que dão positivo e depois quando repetidos dão negativo ou vice-versa".
Tudo está relacionado com a carga viral, ou seja com "quantidade de vírus com que a pessoa foi infetada e do modo como foi feita a colheita".
"Depende de vários fatores desde a forma como é feita a colheita e também da quantidade de vírus que está presente no momento dessa colheita" considerou o virologista Celso Cunha adiantando que "dependendo da carga viral, poucos dias depois de a pessoa ser infetada, o vírus já é detetável, mesmo antes de surgirem os primeiros sintomas".
Por isso, como "não existem testes à cabeceira" de todos, o mais indicado é "seguir as indicações das autoridades de Saúde" que adotam um algoritmo para sustentar a decisão que vai sendo avaliada ao longo do tempo.

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Sapatos à entrada, chinelos em casa
O alcatrão e as pedras da calçada devem ser encarados como outras superfícies que podem alojar o novo coronavírus: "É avisado deixar os sapatos à porta, calçar uns chinelos para uso exclusivo em casa e lavar muito bem as mãos," aconselham os especialistas.
E quando sair, não se esqueça das recomendações: "manter uma distância de, pelo menos, dois metros dos outros transeuntes" e sobretudo ter atenção às mãos:"estará em risco de contágio se tocar com a pele em superfícies contaminadas como: paragens de autocarro, bancos de transportes públicos, cadeiras no café e outras superfícies onde se toque com as mãos", avisou o virologista Celso Cunha. E ao regressar a casa, o inevitável conselho: lavar muito bem as mãos
Atenção a telemóveis e outros objetos pessoais
"Estamos numa fase em que, por precaução, era melhor não partilharmos telemóveis, talheres ou qualquer louça", aconselha a médica Cláudia Conceição lembrando que "numa fase crítica" deve haver o cuidado de "não partilhar objetos entre as pessoas que convivem". Ou seja, é melhor que o telemóvel "não passe de mão em mão"
Atenção às burlas: máscaras "não são esterilizáveis"
Questionados por um ouvinte sobre o anúncio de uma empresa que diz "esterilizar máscaras", os dois especialistas ouvidos na TSF desconfiam que seja uma situação em que alguém "tenta ganhar dinheiro à conta da ignorância do próximo" e duvidam da eficácia.
Perguntas com Resposta é um programa da TSF com moderação da jornalista Rita Costa e com a participação da médica Cláudia Conceição e do virologista Celso Cunha do Instituto de Higiene e Medicina Tropical. Pode ouvir, na TSF, de segunda a sexta, depois das três da tarde. Para participar, basta ligar o 808202173, inscrever-se e participar. Ou deixar a sua pergunta no site ou nas redes sociais da TSF