O fugitivo, o javali e o carroO condutor, naquela manhã, foi mandado parar pelas autoridades e não obedeceu à ordem da guarda. Acelerou, como relata a notícia do Correio da Manhã, acelerou e tentou fugir da perseguição. Afinal, conduzia um potente jipe de uma conhecida marca alemã e, por isso, terá achado que escapava facilmente aos carros da GNR que, entretanto, o seguiam na estrada nacional, ali junto ao campo de tiro de Alcochete.
Um turbo-padre sem carroGraças a Deus, disse o padre, quando recebeu uma chamada telefónica do advogado. Graças a Deus, para o padre, o tribunal da relação confirmou uma sentença anterior, de primeira instância, e o estado vai mesmo ter de pagar ao padre 19 mil euros.
O carro, o motorista e o presidenteA acusação feita pela magistrada do tribunal não era nada meiga para o presidente. Acusava o homem, e está escrito nos autos, assim mesmo, acusava o homem "de utilizar a viatura da câmara municipal para ir ter com amantes", a vários locais, no país e do estrangeiro. Na descrição do crime, o peculato de uso. No tribunal, o motorista, que era dispensado pelo presidente quando este, "a altas horas da noite", segundo os autos, pegava no carro da câmara e rumava a outras paragens fora do concelho, o motorista recordava que o presidente fazia muitos quilómetros, gastava combustível e portagens à conta do orçamento para tratar da sua vasta, preenchida e complicada vida amorosa. O tribunal considerou que as viagens fora do chamado horário de expediente deveriam ser punidas. Na prática, o presidente não fazia mais do que a sua obrigação. Um presidente da câmara não tem horários, é sempre presidente, a qualquer hora do dia ou da noite, esteja no concelho ou fora dele.
"Eu agora não posso ir preso, tem de ligar ao presidente da junta"O cidadão nem sempre está disponível para ser detido. Há dias na vida de um homem em que o trabalho se sobrepõe à ideia das autoridades. E, na dúvida, é melhor telefonar ao presidente da junta.