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O Governo português decidiu não subscrever uma carta sobre direitos LGBT na Hungria. O documento pedia uma atitude por parte da Comissão Europeia, depois de o Parlamento húngaro ter aprovado legislação considerada homofóbica. A carta foi assinada por 13 países, mas o Governo português decidiu ficar de fora, alegando o dever de neutralidade, uma vez que Portugal detém atualmente a presidência do Conselho da União Europeia.
Ricardo Araújo Pereira quis ser "ministro da Neutralidade" para explicar o problema, recorrendo para isso à seguinte metáfora: "Se eu, na rua, vir dez pessoas a pontapearem uma velha, e disser: 'Eu, neste caso, vou ser neutral', eu não estou a ser neutral, estou objetivamente do lado das pessoas que estão a pontapear a velha".
Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, garantiu que o Governo português pensa que a legislação aprovada no parlamento húngaro é "indigna". RAP lamentou que a legislação húngara seja "indigna", mas "não suficientemente indigna para nós pormos a nossa assinatura a indicar que ela é indigna", e pergunta para que é que serve afinal, deter a presidência do Conselho da União Europeia.
Ricardo Araújo Pereira invoca depois o Canto III da Divina Comédia para lembrar o momento em que Dante e Virgílio testemunham o castigo de dois anjos "cobardes", que permaneceram neutros perante a luta entre Deus e Lúcifer, e avisa que esse será também o castigo de Augusto Santos Silva: "o castigo para si é: ser picado por várias vespas e depois escorre lhe um género de um pus misturado com sangue, que se aglomera aos seus pés, onde estão larvas repugnantes." - Desejando-lhe, por isso, "boa sorte."
A emissão completa do Governo Sombra, para ver ou ouvir, sempre em tsf.pt.
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