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Nuno Benedito já treinou cães para detetar droga ou explosivos, mas o desafio que aceitou em 2016 mudou-lhe o rumo. Perguntaram-lhe se conseguiria treinar um cão para alguém com diabetes. Fez melhor que isso, recorreu a animais abandonados e até criou uma associação.
A Pata d'Açúcar "começa por escolher entre os associados quem precisa mesmo deste tipo de ajuda e a seguir vai à procura do cão que melhor se adapta a esta família e às circunstâncias da pessoa com diabetes". São avaliadas as famílias e são avaliados os cães que têm de superar 12 testes antes de entrarem no programa. Depois treinam todos juntos.
Cada vez que o índice de glicémia desce abaixo dos níveis saudáveis, o cão avisa.
Ouça aqui o Bichinho da Rádio.
E a que é que será que cheira a descida dos níveis de glicémia no sangue? Nuno Benedito confessa que também gostaria de saber. "O mundo científico não sabe ainda ao certo quais as substâncias que eles detetam. Estamos a colaborar com o departamento de química da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Monte da Caparica.
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"O que sabemos é que não falha. Seja lá qual for o cheio, é através de secreções, como o suor ou a saliva, mas ao certo não sabemos". O que se sabe é o faro destes cães é certeiro, tanto assim que "chegam a dar o alerta até meia hora mais cedo que os dispositivos eletrónicos para esse efeito".
Há relatos de outros animais que poderão aprender a fazer o mesmo, com um faro tão apurado que também poderão aprender a detetar níveis perigosos de glicémia no sangue, mas Nuno Benedito afirma que sem se saber exatamente o que aciona esse mecanismo, é difícil ter resultados sistemáticos que o comprovem.
Só há dois anos a Pata d'Açúcar começou a registar resultados, portanto só sabemos que "desde 2020 até dezembro de 2022 os nossos 21 cães já deram cerca de cinco mil alertas". Ou seja, já salvaram a vida aos respetivos tutores umas cinco mil vezes.