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Tomemos este título numa página interior do JN: "Costa e Rio disputam lugar de maior inimigo do Chega".
O desenvolvimento da notícia esclarece o sentido desta alegada disputa, dentro da disputa maior: respondendo à acusação socialista de que o PSD se tornara "dependente" da extrema direita, Rio alvitrou que no largo do Rato se fazem figas por uma boa votação dos partidários de Ventura. Rio contou pelos dedos de muitas mãos: cada voto no Chega é menos um para o PSD e isso facilita a permanência de António Costa em São Bento. Infere Rio, com este argumento, que PSD e Chega pescam nas mesmas águas eleitorais e que os votos que transitem para o Chega são directamente desviados do saco eleitoral do PSD. Ora isso enfraquece a reiterada declaração de Rio de que não negociará com o Chega.
Ventura agradece este campeonato da animosidade que lhe dá pretexto e montra. Ontem reagiu ao mote que os dois maiores partidos lhe oferecem, de mão beijada, declarando que "um voto no PSD é um voto em António Costa".
Talvez as últimas arruadas nos tragam o avesso de um estribilho cantado e recantado. E se ninguém quisesse casar com a carochinha que não é rica nem bonitinha? Boi, burro, porco, cão e galo evitariam cantar e o mesmo faria o gato que já foi suficientemente abusado nesta campanha. Teria, entretanto, Joao Ratão que resistir aos feijões ao lume, assim evitando ser assado no caldeirão. Será necessário o esforço de muitos para mudar o fim da história. Mas evita-se que um casamento se transforme em funeral
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