Sinais

"Sinais" nas manhãs da TSF, com a marca de água de sempre: anotação pessoalíssima do andar dos dias, dos paradoxos, das mais perturbadoras singularidades. Todas as manhãs, num minuto, Fernando Alves continua um combate corpo a corpo com as imagens, as palavras, as ideias, os rumores que dão vento à atualidade.
De segunda a sexta, às 08h55, com repetição às 14h10.

Melão indigesto

À hora do jantar, o presidente promulgou o decreto-lei do governo que cria "apoios extraordinários às famílias para pagamento da renda de casa ou da prestação de contratos de crédito hipotecário". A nota emitida em Belém reconhece a necessidade e urgência das medidas, mas lamenta que elas não sejam "mais alargadas, designadamente por via fiscal, para abrangerem outras situações igualmente muito difíceis".

À hora da ceia, o primeiro-ministro respondeu, garantindo que o programa "contém diversas medidas fiscais que o governo submeterá à Assembleia da República", a qual, "nos termos da Constituição, tem competência exclusiva para legislar sobre esta matéria".

Postas as coisas nestes termos, talvez Marcelo devesse ter esperado um pouco mais para abrir o melão. Se a motivação de ambos se revelar genuinamente desligada de qualquer tentação de jogos florais, estamos face a um problema que facilmente será deslindado por qualquer comissão independente de fiscalistas dotados de um pouco mais de sensibilidade social do que aquela revelada por Carlos Moedas no caso das residências universitárias.

Se assim for, estaremos, essencialmente, face a diferentes sensibilidades ao melão. Aquele que Marcelo abriu ter-se-á revelado indigesto. Nem todos apreciam o travo apimentado do Casca de Carvalho. Talvez o Pele de Sapo provoque mais pele de galinha em Belém. Já em São Bento parece privilegiar-se o melão de guarda, com maturação mais tardia. Todos são antioxidantes e evitam que a coabitação enferruje, mesmo não existindo clima para piqueniques. Ainda assim, esperemos que Marques Mendes tenha acertado na mouche e que a tensão entre os dois palácios, mais Almeirim, menos Amareleja, seja "boa para o país".

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