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Senhora do estatuto de cidade desde 1984, Oliveira de Azeméis foi vila nobre e antiga; hoje revê o passado em muitas casas nobres, símbolos marcantes da história local.
Em meados da década de 70 do século passado, um hotel construído no centro da cidade por iniciativa de António Marques, emigrante nos Estados Unidos, afirmou-se como expressão da modernidade da urbe oliveirense.
No topo do arrojado edifício, um restaurante giratório tornou-se atração da cidade, enquanto a unidade hoteleira foi passando por várias fases.
Em 1991, na parte mais moderna do hotel Dighton, abriu portas um espaço de restauração, com entrada independente.
D. Gomado, bispo de Coimbra e figura anterior ao nascimento da nacionalidade, foi o nome escolhido para o restaurante, que ganhou nova dinâmica há cerca de cinco anos, graças ao empresário local Vitorino Coelho: a aquisição de todo o conjunto rasgou novos horizontes ao projeto, em particular no domínio do restaurante.
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O espírito dos assadores ibéricos, com grelha à vista e o espeto sempre a rolar; a cozinha tradicional portuguesa e amelhoria do serviço e da carta de vinhos foram traves-mestras do investimento feito.
A sala, espaçosa, muito confortável, de ambiente distinto, destaca-se pela decoração sóbria e elegância da amesendação de acordo com o cânones da exigência.
A crepitante grelha, onde é incorporada, exclusivamente, madeira para alimentar o fogo, afirma-se elemento dominante e transmite calorosa sensação de bem-estar.
Os grelhados continuam a preencher capítulo significativo da carta em que os assados dominicais e os pratos de bacalhau retratam a essência tradicional da cozinha.
Para começar, presunto, bolinhos de bacalhau de irrepreensível qualidade e cogumelos com alheira e ovo.
O famoso pão de Ul e a broa de Ossela, duas freguesias de Oliveira de Azeméis, foram complemento saboroso do preâmbulo, que teve continuidade com o bacalhau assado no forno.
Acompanhado com batata a murro e esparregado, bem regado com azeite de excelente qualidade, justificou nota elevada. Harmonia magnífica com o Alvarinho da Quinta do Regueiro.
Em seguida, chegou à mesa o filet de boi assado lentamente. A peça de carne foi colocada no espeto e cortada em finas fatias, com um sabor incrível.
Carne suculenta, macia, a revelar primoroso trabalho na grelha. A acompanhar, batata frita às rodelas e pimentos de piquillo, com harmonização vínica bem conseguida com o tinto Quinta do Foz Torto Vinhas Velhas.
Por encomenda, para duas pessoas e com confeção na ordem dos 30 minutos, a lista sugere perna de cordeiro; boi; chuletón das Astúrias e coelho no espeto.
Vitela assada e rojões são alternativas.
O cabrito assado é outra das especialidades deste restaurante com uma carta variada e onde há canja de galinha todas as 2.ªs feiras, sugestões diárias mais em conta e o bacalhau marca forte presença durante a semana:
Na brasa; à D. Gomado; à lagareiro; com alecrim e batatinhas ou com natas.
Para duas pessoas, referência para mais dois pratos com incorporação do gadídeo: arroz de línguas e gambas e massada de bacalhau.
Outras propostas, cataplana de peixe e arroz de polvo
Nas sobremesas, brilha o leite creme, muito justamente merecedor de elogio presidencial.
Carta de vinhos de muito bom nível.
Serviço competente e bastante simpático neste restaurante onde mora a qualidade, numa afirmação plena da cozinha tradicional e das potencialidades da grelha. Ambas enobrecem matéria-prima de excelência e proporcionam momentos de pura exaltação dos sabores.
Restaurante D. Gomado, em Oliveira de Azeméis.
Localização: Oliveira de Azeméis
Contacto: 256 661 371
GPS : 40.83865 N ; -8.47873 W