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"Estamos a educar os nossos filhos para profissões que ainda não existem", sublinha Joana Laranjeiro que defende que é preciso dar-lhes ferramentas para que possam enfrentar os novos desafios. Uma dessas ferramentas é a autoestima, mas nem sempre ela é alimentada da melhor forma.
"Às vezes é uma falsa autoestima", lembra a autora do blogue Mãe Catita (um projeto de parentalidade para o futuro) que entende por falsa autoestima aquela que tem por base o elogio externo ou a competição:"Em que eu olho para o outro e vejo que o outro está pior do que eu e é isso é que faz a minha autoestima. Isso não é uma autoestima saudável."
Uma autoestima saudável, defende Joana Laranjeiro, é resultado do trabalho interno de várias áreas, desde a responsabilidade, ao autoconhecimento, passando pelo pensamento crítico, pelo sentimento de pertença ou pela autonomia.
No mindset fixo que é a nossa educação tradicional, a criança, quando enfrenta qualquer tipo de problema, tem tendência a desistir porque se identifica demasiado com o problema, em vez de ver o erro como uma parte do caminho e até uma parte interessante que pode levar a outros sítios.
No livro "Eu sou super! Pequenos Exercícios para uma Grande Autoestima", Joana sugere 50 exercícios (entre jogos e atividades) para ajudar a alimentar a autoestima das crianças. "Estes exercícios estão divididos pelas áreas que são importantes trabalhar e, não só fortalecem a relação entre os pais e os filhos, como fomentam o tempo de qualidade."
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Um dos capítulos do livro é dedicado ao erro e tem o objetivo de ajudar as crianças a saberem lidar com ele. "Fomenta uma coisa chamada growth mindset que é um mindset de crescimento por oposição ao mindset fixo. O que é que isto significa? Normalmente no mindset fixo que é a nossa educação tradicional, a criança, quando enfrenta qualquer tipo de problema, tem tendência a desistir porque se identifica demasiado com o problema, em vez de ver o erro como uma parte do caminho e até uma parte interessante que pode levar a outros sítios, e acaba por entender o erro como: eu sou aquele erro."
Joana Laranjeiro explica que para ter uma autoestima saudável é muito importante passar à criança a mensagem de que errar é normal. "A inovação, a experimentação faz parte do processo e só assim nós podemos avançar", afirma a bloguer.
E como é que se passa essa mensagem? Com diálogo? "Há muitas formas, mas a principal é nós não valorizarmos o resultado, mas valorizarmos o processo, portanto, independentemente da nota que o meu filho teve no teste, eu devo valorizar o que é que ele fez, como é que ele se comportou, o que é que aconteceu com ele até chegar àquela nota, porque ele pode ter uma nota mais baixa, mas ele notar que ele teve dificuldade, mas continuou a estudar, e isto é o que é o mais interessante."
Outra estratégia defendida por Joana Laranjeiro é passar sempre para as crianças a responsabilidade de pensar as soluções. "Quando faço isso, não só dou responsabilidade como ajudo a criança a procurar soluções fora das habituais e fora da minha solução, porque a minha solução raramente é a melhor, já que é a do meu ponto de vista". É importante que as crianças se sintam ao volante da vida, defende a bloguer e autora do livro "Eu sou super! Pequenos Exercícios para uma Grande Autoestima".