Uma questão de ADN

Podem ser irmãos, avós e netos, pais e filhos, companheiros, marido e mulher... São pessoas da mesma família que se juntam para uma conversa em que se fala de tudo. São percursos de vida e testemunhos que atravessam diferentes gerações. O que os une para lá do apelido, o que os separa para lá da diferença de idades.
Quarta-feira, depois das 13h00. Repete ao domingo, após as 14h00. Com Teresa Dias Mendes

A enfermeira imperfeita. Carmen Garcia e Diogo Francisco em Uma Questão de ADN

A maternidade abriu a pestana digital da enfermeira que se descobriu imperfeita com a chegada do primeiro filho. Através das redes sociais, Carmen Garcia tem conquistado seguidores (mais de 180 mil no Facebook, mais de 99 mil no Instagram e 25 mil no Twitter), escrevendo "sem medo" o que pensa, o que sente, e o que a vida lhe leva e traz. Também é colunista do jornal Público, onde todas as semanas faz saber que Tanto Faz não é Resposta.

Chegou a imaginar-se bailarina, tentou Medicina, mas foi na Enfermagem que Carmen Garcia se descobriu, se realizou e, aos 36 anos, publica o quinto livro, partilhando histórias de amor e de mágoa dos velhos em Portugal. "A Última Solidão" é um testemunho repleto de cheiros e de saberes, um livro com rugas e dores, um hino aos cuidados e ao cuidado de uma sociedade "ingrata para os nossos mais velhos", como escreve.

O livro, com a chancela da jovem Avenida da Liberdade Editores - três editoras grandes que a desafiaram a escrever recusaram um livro sobre velhos, por falta de mercado - vai na quarta edição e a enfermeira continua imperfeita, anotando as cores da memória em cadernos de capa preta que a seguem para todo o lado.

"Não quero ser a mulher que vai dançar as marchas", como conta a propósito de um marido que começa a fazer o luto da mulher quando a vê alegre numa iniciativa do lar, porque já não era a sua mulher ali, que sempre tinha detestado as marchas populares. A demência é o maior medo de Carmen Garcia.

Falamos dos velhos da sua vida, os do lar e os outros, como a avó Vitória, a quem ensinou a escrever a cada regresso da escola, dos dois filhos, o mais novo com surdez profunda, por quem luta e briga como mãe leoa.

Falamos de uma mãe imperfeita e de uma tia" também imperfeita", responde Diogo Francisco, o sobrinho quase irmão, que a conduziu de Vendas Novas a Lisboa e a ajuda a afinar o tom da conversa. Cantar é que não, porque seria um desastre, afiança Diogo, referindo-se à tia, enquanto trauteia uns versos do hino do Grupo Cantares Alentejano de Vendas Novas.

Carmen Garcia e Diogo Francisco em Uma Questão de ADN.

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