A primeira caixa de música da vida de Luís Cangueiro acabou destruída pela curiosidade do miúdo que queria perceber donde vinha o som do Ariston, que existia na casa paterna... Na aldeia de Prado Gatão, Luís espevitava a curiosidade própria dos 5 anos de idade. Só muito mais tarde se revelou a faceta de coleccionador. Deu corda ao sonho e construiu o Museu da Música Mecânica, situado na Quinta do Rei, no Pinhal Novo, em Palmela.
Pai e filha são a alma do Museu. Mas a vida de Luís tem muitas outras notas.
Ensino, fotografia, carros e cavalos. O empresário Luís Cangueiro é um homem dos sete instrumentos. Até ao lançamento do livro Coleccionador de Sonhos, previsto para o próximo ano, é este o retrato que nos dá a conhecer o miúdo de Miranda do Douro, que nunca abandonou as raízes transmontanas.
Depois de Coimbra, onde despertou para a vida, ele foi o "esticadinho", alcunha posta pelas primeiras alunas, a quem começou por dar aulas de Português, Latim e Grego. Nessa altura já a fotografia era uma paixão (a primeira máquina foi comprada aos 14 anos) e algumas das primeiras fotografias estão hoje na Biblioteca de Miranda do Douro, numa exposição que replica o nome do livro lançado este mês "LhuçMiranda - Geografia da Memória", um livro bilingue, com textos do conterrâneo Carlos Ferreira, dedicado à etnografia do canto da região.
A música é uma outra conversa. Luís e Teresa Cangueiro, Uma Questão de ADN.
