- Comentar
Dos verões em Tavira na infância, "aos combates entre a vida e a morte", na arena da criação, Marco Martins e Beatriz Batarda movem-se como bichos, que aprendem a crescer juntos. "Até onde podemos ir?" perguntam a cada nova etapa, a cada novo projecto: "Há um gosto pelo risco, pormo-nos em causa, querer sempre esse lado de exploração. Se eu convido a Beatriz para trabalhar, é para ver algo que ainda não a vimos fazer", nota o realizador, perante a atriz a quem voltou a entregar o papel de protagonista no filme que chega esta semana às salas de cinema. Tânia, a portuguesa que acolhe os emigrantes portugueses na vila de Great Yarmouth, em Inglaterra, é o novo esplendor de Beatriz Batarda, numa criação saída das entranhas do corpo, uma voz magoada e rouca, que Bruno Nogueira (companheiro da atriz) descreve como o "trabalho mais arrasador que a vi fazer".
Ouça na íntegra o programa Uma Questão de ADN com Beatriz Batarda e Marco Martins
Não há tabus na química entre Marco Martins e Beatriz Batarda: "Somos amigos, para além do trabalho, mas é raro termos oportunidade de estruturar o pensamento sobre o que pensamos do outro. O Marco depositar nas minhas mãos essa criatura que está por nascer, eu estar à altura daquilo que ele fantasiou, daquilo que ele viu, só posso estar grata".
O trabalho artístico, os afetos, a família, a fuga da banalidade "é preferível o fracasso, mil vezes" e a virtude do espanto. Uma Questão de ADN com Beatriz Batarda e Marco Martins.