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"O que interessa é o livro", sublinha Rosa Azevedo," e o livro não tem vida curta, não é de toma única. Pode ser velho ou novo, barato ou caro". Um livro tem muitas vidas, muitos lugares, e pode andar por aí. Ou ali, no 32 da Travessa de Santa Quitéria, a casa de família da Snob, a livraria que vai habitando também outros espaços da cidade e se faz à vida, por feiras e viagens quase sempre navegadas ao sabor do gozo e da intuição de Duarte Pereira. Seja para encontrar um livro mais raro, ou para pressentir a escolha de um primeiro visitante: "há um trabalho que não se aprende nos livros, que é a intuição" conta Rosa Azevedo, "as pessoas ficam impressionadas porque ele acerta muito, mesmo conhecendo a pessoa há 2 minutos. Mas ele também se lembra daquele cliente e dos pedidos que fez 2 ou 3 anos antes. E tem memória, sabe os livros que tem na livraria". Duarte não sabe explicar "eu gosto de falar de livros, e que as pessoas partilhem comigo o que gostam. É muito natural, basta que me falem. É como uma luz que se acende".
A Snob está na vice-presidência da RELI - Rede de Editores e Livreiros Independentes - é uma livraria de proximidade, onde toda a gente se conhece, e vai aparecendo. Leitores, amigos, vizinhos, estranhos, tradutores, escritores, outros livreiros. Do berço da Snob, aos dias de hoje, vão já mais de sete anos.
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É essa viagem que aqui desenhamos, por entre mapas e geografias, caixotes de livros e estantes inclinadas, quase a caírem. Em casa, os livros vão chegando e não vão saindo, no carro continua o caos, na livraria há surpresas que vão da montra ao pátio, onde pode só ler na companhia de uma bebida.
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Para que serve, afinal, uma livraria independente?