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Em equipa que ganha não se mexe, e filha de peixe também sabe operar. Os dois formam bloco, num 'modus operandi' de "picanço saudável" durante as cirurgias, e são uma dupla de excelência na ortopedia e na medicina desportiva. Leandro Massada, nome incontornável nesta área, andebolista e figura de referência na história do Futebol Clube do Porto e Marta Massada, médica, voleibolista e comentadora residente no Trio de Ataque da RTP. São muito mais do que treinadores de bancada. Saudáveis, embora doentes pelo FC Porto.
Boné do Futebol Clube do Porto, brincadeiras com bola na praia, e muito jogo de palavras com os ossinhos do corpo. Estas são as recordações de Marta. "Andei sempre às cavalitas do meu pai", assim que Leandro Massada resolve dizer que a filha o está a ultrapassar "apesar de eu ser conhecido ainda hoje como um dos melhores professores de ciência do desporto, ela já faz melhor do que eu, e é uma referência a nível nacional na ortopedia". Uma filha tirada a papel químico, chega mesmo a referir, sinalizando as etapas académicas de Marta Massada, que tal como o pai se formou em Medicina e se especializou em ortopedia e em medicina desportiva. Marta ainda se lembra da primeira operação, "tinha 19 anos" e foi ver o pai no bloco operatório, tratando uma lesão num cotovelo. Caminharam juntos e hoje operam juntos. "Somos dois Alfas, andamos sempre às cabeçadas", num "picanço saudável", sublinha ela reforçando as palavras do pai que é, desde sempre, o seu maior conselheiro, o melhor professor ou uma espécie de olheiro que cedo lhe adivinhou a "classe" de uma grande mulher. Tal como a avó Elisa.
Ouça aqui Uma Questão de ADN com Marta Massada e Leandro Massada
Se a medicina foi tiro e queda, embora Marta Massada tenha esperado um ano para alcançar a nota de acesso, no desporto a especialidade foi outra. Enquanto o pai, um dos funcionários mais antigos do Futebol Clube do Porto, no departamento médico do clube, optou pelo andebol (condição imposta em casa porque o futebol era para "manguelas"), Leandro era "o braço esquerdo canhão", recorda Marta. A filha preferiu o voleibol, modalidade que abandonou há pouco tempo, mas que, tal como o pai, começou a praticar com 14 anos. Aos 19 era internacional, mas para azar das equipas, numa quase dezena de finais jogadas, só conseguiu ganhar duas. "Era pé frio", ao ponto de ter chegado a dizer que equipa onde entrasse, era equipa perdedora.
Como comentadora, desde abril de 2021, é caso para dizermos que equipa por que torça é equipa vencedora. Usando o jargão do futebol, nesta primeira época completa, ao serviço do Trio de Ataque, na RTP, Marta Massada entrou a pés juntos, e celebrou a dobradinha do Futebol Clube do Porto.
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As razões que a levaram a dizer não, antes de dizer que sim, os valores do desporto que defende "alfabetização motora, desenvolvimento de competências, igualdade de género", a importância da atividade física, a par com a sala de aula, e claro, as vitórias mais eufóricas do clube azul e branco, a começar pela final da Taça dos Campeões, em Viena, a que não resistiu um candeeiro de teto. E, por fim, uma receita prescrita pelo Dr. Leandro Massada, a ver se o desejo de que Sérgio Conceição continue treinador dos dragões, seja realidade.