Rita Blanco tinha 18 anos, João Canijo 23. A primeira cena protagonizada pelos dois permanece gravada na memória de ambos. Ele, João Canijo, ensaiava os primeiros passos como assistente de realização e ela, Rita Blanco, aluna do Conservatório, revelava-se num primeiro casting. Tudo começa ali. Atracção, talento, trabalho, amor, e uma dupla entrega. À relação (viveram 10 anos anos juntos) e à arte.

João Canijo afirma sem rodeios: "A Rita é uma criatura sem a qual eu não consigo trabalhar". O que é que a Rita Blanco tem? " Talento inigualável, inteligência perspicaz, muito rápida, infernal".

Há sempre uma palavra para picar o outro. A actriz fala de "um homem profundamente talentoso e muito trabalhador", e de um realizador " terrivelmente manipulador com as mulheres".

Ainda este ano, Rita Blanco vai assinar em co-autoria com a filha, Alice Nascimento, um documentário sobre a obra de João Canijo. O pretexto foi o díptico agora nas salas de cinema.

Depois do Urso de Prata em Berlim atribuído a Mal Viver, e dos prémios conquistados pelos dois filmes noutros festivais, Mal Viver e Viver Mal projectam na TSF a longa relação entre a actriz e o realizador: "Nós construímo-nos e isso é uma sorte".

Uma Questão de ADN com Rita Blanco e João Canijo, um programa de Teresa Dias Mendes e sonorização de José Guerreiro.

A autora escreve segundo o antigo acordo ortográfico.