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Repensar, reorganizar e repassar. O mote da Ecoa Circular alerta as pessoas para verem o que têm, o que usam, o que está no armário há anos sem ver a luz do dia e tomarem a decisão de venderem essas peças de roupa. O que é velho para uns é novo para outros, por isso Aline Gimenez decidiu criar a Ecoa Circular, uma marca que pretende contribuir para o consumo consciente.
A ideia nasceu há mais de 13 anos, quando a responsável pelo projeto se tornou vegetariana e sentiu vontade de ter um negócio ligado à sustentabilidade. Os anos que viveu na Nova Zelândia levaram-na a consumir ainda mais produtos em segunda mão, mas também as influências de um projeto do Brasil e o documentário 'The True Cost' contribuíram para tomar a decisão.
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O sonho foi ficando em "gestação" e foi a maternidade que "mais uma vez o trouxe com muita força". "Eu comprava tudo para o me filho em segunda mão, mas as opções eram muito poucas e não davam a garantia se a peça estava em bom estado e não permitia a devolução", conta à TSF.
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Esta 'falha' no mercado levou Aline a desenhar um modelo de negócio que "conseguisse integrar uma excelente experiência de compra". Mas como funciona todo o processo? "A pessoa que quer vender entra em contacto connosco, preenche um formulário, recebe um e-mail com a etiqueta de uma transportadora, quando chegam as peças são contabilizadas e passam por um processo de curadoria e análise. Depois, as peças aceites são separadas para serem aprovadas e as não aceites são entregues a um projeto social" vizinho da Ecoa Circular, na Amadora Inova, explica a responsável da marca.
Quando as peças de roupa são vendidas - passado 30 dias, devido à possibilidade de devolução - o vendedor recebe a comissão.
Neste projeto dá-se primazia à venda e compra de roupa usada, mas a doação fica para segundo plano. Aline Gimenez explica o porquê, citando uma pesquisa norte-americana, que conclui que as pessoas usam "em média 20 a 30% do guarda-roupa e o resto fica parado". Ou seja, "as pessoas enviam para doação as peças que estão em muito mau estado" e, como tal, é uma opção que se vendam as peças que estão em bom estado para "fazer circular" a roupa.
"Recebemos muitas peças em ótimo estado, algumas novas e com etiqueta e que as pessoas não davam uso", realça.
Apesar de ser bom para o ambiente e para a carteira, ainda há muitos mitos à volta da compra de roupa usada. O "preconceito do cheiro" e o estado da roupa estão no topo das preocupações, mas a Ecoa Circular assegura uma "excelente experiência", do cheiro à qualidade para que os clientes percebam que comprar em segunda mão não é comprar velho nem estragado.