Quem está a inovar na saúde?

Conteúdo Patrocinado. De uma aplicação que permite consultas médicas não presenciais a um videojogo para crianças com cancro, são muitas as ideias inovadoras na área da tecnologia médica premiadas no evento MED.IDEAS.

E se existisse uma ferramenta de diagnóstico de cancro que recorre a técnicas in vitro? Ou um dispositivo para diabéticos que permite corrigir situações de hipoglicemia em qualquer meio físico? Ou ainda um mecanismo inteligente de auto-aprendizagem de manobras de reanimação cardiorrespiratória? Estas três ideias deixaram de ser uma possibilidade e foram apresentadas, no passado dia 16 de maio, no evento MED.IDEAS. Com o objetivo de distinguir os melhores projetos e tecnologias com aplicação na área da saúde, a iniciativa premiou ideias inovadoras com potencial para desenvolver dispositivos capazes de criar valor na região norte de Portugal.

O Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões recebeu quase uma centena de participantes, desde investigadores a representantes de universidades e de empresas que constituem o ecossistema de inovação para a saúde. No total, 18 equipas foram premiadas e deram a conhecer os seus projetos num formato interativo e dinâmico. Para além das sessões com oradores, os vencedores tiveram a oportunidade de formar contactos entre os vários stakeholders do setor da saúde presentes no evento.

Na área de cancro, um dos vencedores foi o "ACTONP53" (desenvolvido por uma equipa de investigação liderada por Lucília Saraiva) que propõe novas alternativas farmacológicas no tratamento do cancro, a partir da ativação de uma proteína - a p53 - capaz de reparar o ADN das células e, com isto, parar o crescimento de células danificadas. Apesar de existirem em todos os humanos, estas proteínas estão, em muitos casos, inativas, o que pode comprometer a nossa capacidade de supressão de tumores. Ao lado deste projeto, foi igualmente distinguido um videojogo para crianças com cancro com o intuito de reduzir a sua ansiedade e sedentarismo, um stent ureteral biodegradável para a aplicação de medicação de tratamento oncológico e três tecnologias de localização, detenção e rastreio genético.

Já na categoria apelidada care, destaca-se o projeto "MechALife", liderado por Daniel Pina, que promete revolucionar as tradicionais muletas e andarilhos através de um exosqueleto para os membros inferiores. A este junta-se uma tecnologia inovadora de exosqueleto aplicado às mãos, um sistema alternativo à tradicional aplicação de sacos de colostomia para promover um maior conforto ao doente, um dispositivo para diabéticos que permite corrigir situações de hipoglicemia em qualquer meio físico e uma tecnologia que visa a capacitação do cuidador de crianças com perturbação do espetro do autismo. Ah, e uma aplicação que permite o agendamento e prestação de consultas médicas de forma não presencial. Chama-se "KNOK" e é gratuita. Basta aceder à aplicação, procurar quais os especialistas disponíveis e confirmar a consulta que pode decorrer tanto em vídeo como ao domicílio.

A somar a estes vencedores do concurso MED.IDEAS 2019, na área de cardio foi premiada uma plataforma colaborativa que visa melhorar a qualidade de vida de pacientes com insuficiência cardíaca, um adipómetro digital de apoio à cardiologia que permite interagir com aplicações informáticas através de um módulo Bluetooth, um mecanismo inteligente de auto-aprendizagem de manobras de reanimação cardiorrespiratória e um dispositivo portátil que efetua uma medição rigorosa dos níveis de troponina para a monitorização da cardiopatia isquémica. Com a meta de gerar e monitorizar modelos tridimensionais e realistas de diversos órgãos, foi também apresentado o "3DHeartOnChip". Na cerimónia, 12 equipas receberam um prémio de 5 mil euros cada e 6 equipas foram selecionadas para um programa de aceleração empresarial: "KNOK" e "LumiCroma" na categoria care, "Serious Games For Health" e "Smart4C" na área cancer e, por último, "Promptly" e "LipoWise" na categoria cardio.

O evento de entrega de prémios, promovido pela associação Nortexcel, também acolheu duas sessões moderadas por Gil Gonçalves, da INOVA+, e Pedro Araújo do Jornal de Notícias. Na lista de oradores, destacou-se a presença de Goreti Sales, da BioMark Sensor Research e ISEP/P.Porto, Sofia Azevedo da ANI e Ricardo Valente da Câmara Municipal do Porto. O objetivo? Refletir sobre a realidade do setor da saúde em Portugal, especificamente na região Norte, focando-se nos desafios com que os empreendedores se deparam no desenvolvimento de dispositivos médicos inovadores. As principais conclusões retiradas do debate resumem-se à constatação da fraca interligação entre a academia e o meio empresarial.

O NORTEXCEL2020 é uma iniciativa promovida pelo P.Porto e pela INOVA+, e conta com apoio do NORTE 2020, no contexto dos apoios do Portugal 2020 e da União Europeia, que pretende instalar na região um centro de excelência de investigação e inovação em tecnologias e dispositivos médicos.

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