- Comentar
O processo remonta a 2013, altura em que o Luís Carito era vice-presidente da Câmara de Portimão. O ex-autarca socialista foi detido e chegou a estar em prisão preventiva.
Esta terça-feira, Luís Carito vai a julgamento em conjunto com outros dois arguidos em nome individual - acusados dos crimes de burla qualificada e branqueamento - e ainda sete empresas.
O processo está ligado à tentativa de tornar Portimão na "Cidade do Cinema". Em causa estão os contratos celebrados pelas empresas municipais Turis e Urbis, durante cinco anos, entre 2009 e 2013. As empresas municipais foram, entretanto, extintas.
A intenção do projeto em que estavam envolvidos os arguidos era tornar Portimão uma "Meca do Cinema" onde se produzissem filmes que pudessem ser comercializados.
Ouça a peça da jornalista Maria Augusta Casaca sobre o julgamento do antigo presidente da câmara de Portimão
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Mas tudo não passou de ficção. Segundo a decisão instrutória do tribunal, com as contratações feitas a diversas empresas, "os arguidos agiram de forma concertada com a intenção de obter benefício patrimonial indevido à custa do prejuízo causado às empresas Turis e Urbis, ao município de Portimão e ao Estado".
A Câmara algarvia vivia na altura graves dificuldades financeiras que se prolongaram durante muitos anos e, por isso, a própria autarquia constituiu-se assistente no processo e pede uma indemnização de 700 mil euros.
O caso em que está envolvido o ex-presidente da Câmara de Portimão é conhecido por um episódio caricato: na altura das buscas à sua residência, Luís Carito arrancou das mãos do inspetor da Judiciária um documento que continha referências a nomes e quantias monetárias, introduziu-o na boca e engoliu-o.
Segundo o juíz Ivo Rosa, que assina a decisão instrutória, o ex-vice-presidente da Câmara de Portimão "sabia que esse documento continha informação relevante" e impediu dessa forma que ele fosse utilizado como prova.