O Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre as garantias da qualidade da água para abastecimento público captada na albufeira de Santa Águeda, depois dos recentes episódios de poluição registados.
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O deputado Pedro Soares recorda ao Ministério do Ambiente que a associação ambientalista Quercus detetou recentemente na albufeira que abastece de água os concelhos de Castelo Branco, Fundão, Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão, a presença de peixes mortos e a "aplicação ilegal" de pesticidas na zona reservada de Santa Águeda.
"Que garantias existem sobre a qualidade da água para abastecimento público captada na albufeira de Santa Águeda? Que medidas já adotou o Governo para evitar novos episódios de poluição", questiona.
Dezenas de peixes apareceram mortos recentemente na albufeira de Santa Águeda, em Castelo Branco, e a água apresentava uma coloração verde e um "cheiro forte", denúncia que foi feita pela associação ambientalista Quercus.
A empresa Águas de Portugal diz não ter registado qualquer alteração na qualidade da água da albufeira na sequência do aparecimento de peixes mortos e adiantou que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) esteve no local a efetuar recolha de amostras da água com vista à análise dos parâmetros de poluição.
Pedro Soares quer ainda saber se o Governo procedeu ou vai proceder a uma rigorosa averiguação da origem e dos responsáveis pelo mais recente episódio de poluição na albufeira de Santa Águeda.
"A recente ocorrência de um novo e evidente episódio de poluição é particularmente grave, não só por razões ambientais e ecológicas, o que já seria motivo de forte preocupação, mas igualmente porque poderá estar em causa a qualidade da água que é captada para abastecimento público dos já referidos municípios", sustenta.
O deputado do BE quer ainda saber que medidas e que meios humanos e técnicos estão a ser empregues para que as normas estabelecidas pelo Plano de Ordenamento das Albufeiras de Santa Águeda e do Pisco (POASAP) estejam a ser fiscalizadas e promovidas no plano de água e na zona de proteção da albufeira de Santa Águeda.
"O Governo garante que as disposições gerais relativas ao uso e ocupação da área de intervenção do POASAC, nomeadamente as restrições impostas no plano de água e na zona de proteção, estão a ser observadas e cumpridas com o rigor que é exigido quando se trata de uma albufeira de águas públicas protegidas", pergunta Pedro Soares.
Em declarações à TSF, Luís Correia, presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, adianta que a autarquia também não obteve resposta da APA, mas que a a água da albufeira continua a mostrar sinais de poluição.
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O autarca indica, no entanto que, para já, não parece haver problemas na qualidade da água da rede pública, que "está a ser acompanhada desde a sua origem até às torneiras das pessoas, permanentemente".