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O trânsito na Avenida da Liberdade foi reaberto, depois de ter estado cortado, desde a manhã de quarta-feira, devido à manifestação dos taxistas contra a lei das plataformas eletrónicas para transporte de passageiros .
A Polícia de Segurança Pública (PSP) reabriu o trânsito na avenida pelas 7h30 desta manhã, depois de, durante a noite, ter já tentado fazer o mesmo, sob protesto dos taxistas. A polícia acabou por decidir, após reunião com a Câmara Municipal de Lisboa, prolongar o corte até esta manhã.
Os taxistas estão insatisfeitos e revoltados com a reabertura do trânsito e alegam que a PSP não está a cumprir o que ficou acordado.
Alexandre Coelho, porta-voz da PSP, explica porque é que as autoridades decidiram reabrir a Avenida da Liberdade.
O intendente diz que os taxistas "não querem causar constrangimentos" e estão a protestar com civismo.
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Há já taxistas a sugerir que os táxis que estavam estacionados nas laterais das ruas comecem a circular entre os Restauradores e o marquês de Pombal, para congestionar o trânsito. A Federação Portuguesa do Táxi e a ANTRAL (Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros), organizadoras do protesto, estão, por isso, apelar à calma dos taxistas, de modo a evitar confrontos como os que aconteceram em manifestações anteriores.
"Se algo acontecer hoje, a responsabilidade é da PSP, que não soube cumprir com o acordo que fez com as associações dos taxistas". Estão a "tentar desmobilizar" os taxistas, "o que não vai acontecer", defendeu Florêncio Ramos, presidente da ANTRAL.
Taxistas passaram a noite na estrada
Foram centenas os motoristas de táxi que passaram a noite nos carros, dormindo nos bancos recostados dos táxis.
"Fiquei aqui toda a noite. O colchão foi o banco do carro", conta um motorista de táxi, ouvido pela TSF. "Já dormi umas quatro horas e agora estamos aqui prontos para o dia. Se a gente não paralisar, não consegue resolver nada", defende.
O segundo dia de manifestação já arrancou e os taxistas prometem não arredar pé até que as suas exigências tenham resposta. Os taxistas pretendem que a lei que regula as plataformas de transporte como a Uber e a Cabify, que deveria entrar em vigor a 1 de novembro, seja imediatamente suspensa e fiscalizada pelo Tribunal Constitucional.
Carlos Ramos, presidente da Federação Portuguesa do Táxi, afirma que os taxistas vão continuar em protesto até que os partidos políticos e o próprio primeiro-ministro, António Costa, tomem uma ação. E embora elogie as declarações do Presidente da República sobre a desigualdade de condições entre o setor do táxi e as novas plataformas, o representante considera que Marcelo Rebelo de Sousa "podia ter feito muito mais do que aquilo que fez".