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As abelhas dão mel? E o extrair a partir de zangões?
É o que um grupo de docentes da Escola Superior Agrária, do Instituto Politécnico de Viseu, está a investigar desde março. O estudo é recente, mas já tem resultados, e igualmente com sabor: farinha de zangão, que depois pode dar origem a biscoitos e bolachas com proteína equivalente à proteína animal.
Este projeto foi dado a conhecer na Noite Europeia dos Investigadores, que decorreu na tarde-noite desta sexta-feira no Politécnico de Viseu, e a TSF foi conhecê-lo.
O objetivo é dar uso a um produto inútil da colmeia: o zangão, que apenas fecunda a rainha de três em três anos. Cristina Amaro da Costa e a colega Paula Correia são duas docentes da Escola Superior Agrária de Viseu, que estão envolvidas no projeto. Na conversa com a reportagem da TSF, as professoras explicam como chegaram à farinha de zangão.
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Ouça as explicações das duas professoras sobre como chegaram à farinha de zangão
As professoras tentaram fazer pão, mas os biscoitos e as bolachas resultam melhor.
E o planeta agradece, afirma Cristina Amaro da Costa: "em vez de comerem um hambúrguer podem comer uma bolachinha e ficam logo com a proteína animal satisfeita. Isto pode substituir o consumo de carne, que é um processo que traz muitos problemas ambientais".
Agora só é preciso transformar a farinha de inseto em algo parecido com um hambúrguer, mas o primeiro passo está dado.
E como o próprio zangão é um animal herbívoro, ao comer hambúrgueres de farinha de zangão não há qualquer vestígio de sangue, porque se trata de um inseto que só tem linfa.
O zangão é aproveitado ainda na fase de larva, é retirado dos favos, é seco e depois triturado originando a farinha.
Este projeto da Escola Superior Agrária de Viseu esteve a ser apresentado na Noite Europeia de Investigadores a crianças do ensino básico e secundário.