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A decisão abre muitas questões de privacidade na era do digital, mas o juiz foi buscar inspiração ao tempo da caneta e do papel.
Se as cartas podem ser herdadas, também o acesso às contas nas redes sociais pode passar para as mãos dos herdeiros. É este um dos argumentos do Tribunal Federal de Karlsruhe para justificar a decisão tomada esta quinta-feira.
O caso está a ser apreciado há anos. Em 2012, uma jovem foi colhida por um comboio nos arredores de Berlim e os pais pediram o acesso à sua conta no Facebook para perceber se terá sido um acidente ou se a rapariga se terá suicidado.
O tribunal diz que os pais o podem fazer e diz que "o veredicto atinge todas as outras redes sociais", como o Snapchat ou o Instagram, "portanto é uma decisão com consequências que chegam muito longe".
Na Alemanha, conta a agência Reuters, o Facebook tem mais de 29 milhões de utilizadores ativos (cerca de um terço da população) e até agora a política daquela rede social é que as páginas ficam trancadas e são transformadas numa espécie de memorial, assim que é confirmada a morte do utilizador.
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Na reação à decisão do tribunal alemão, um representante da rede social diz que o equilíbrio entre a vontade dos familiares e a privacidade dos utilizadores é uma das decisões mais difíceis que a companhia tem pela frente. O Facebook ainda não anunciou se vai recorrer da decisão para uma instância superior, mas o mesmo porta-voz referiu que a empresa está "respeitosamente contra a sentença".