Frei Gaspar de Carvajal descreve, no século XVI, enormes povoados de índios na floresta amazónica.
Mas foi preciso esperar 500 anos para comprovar que esses povoados existiram e responder a uma dúvida que sempre interrogou os cientistas: como é que milhares de pessoas se alimentavam?
Um novo estudo, publicado no Journal of Archaeological Science, acaba de mostrar que muito mais do que caçadores (o estereótipo associado a esses povos), os índios eram sobretudo pescadores.
Além do peixe, comiam também muitas tartarugas.
A partir de escavações feitas num local chamado Hatahara, a equipa do arqueólogo Eduardo Góes Neves, professor do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, percebeu que havia uma enorme metrópole, com dezenas de aldeias, onde viviam milhares de índios.
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Frei Gaspar de Carvajal navegou em 1542 por esta região na expedição capitaneada pelo conquistador espanhol Francisco de Orellana e escreveu: "El lunes de Pascua de Espíritu Santo por la mañana pasamos a vista y junto a un pueblo muy grande y muy vicioso, y tenía muchos barrios, y en cada barrio un desembarcadero al río, y en cada desembarcadero había muy gran copia de indios, y este pueblo duraba más de dos leguas y media".