Para onde nos levará a tecnologia nos próximos 30 anos?

Como garantir que os sistemas com inteligência artificial tomam decisões eticamente corretas? Que profissões tenderão a desaparecer? Nos 30 anos da TSF, olhamos para o futuro daqui a três décadas.

Nos 30 anos da TSF, olhamos para o passado, mas também para o futuro. Arlindo Oliveira, presidente do Instituto Superior Técnico e João Leite, professor na FCT da Universidade Nova são convidados na Emissão Especial de aniversário da TSF para debater para onde nos levará a tecnologia nos próximos 30 anos.

Estudioso no campo da Inteligência Artificial, Arlindo Oliveira acredita que "as máquinas vão ser aquilo que nós quisermos" e estar "ao nosso serviço" na resolução de problemas do quotidiano, mas também de questões complexas como o aquecimento global ou a crise de refugiados.

"Vamos ser nós a desenha-las (...) é possível que tenhamos tanto sucesso nesse processo que elas consigam ter algum tipo de autonomia" e aprender com a experiência. Nesse âmbito, há que ter algum cuidado, alerta João Leite.

O também especialista na área da Inteligência Artificial considera um "exagero" imaginar que as máquinas se vão virar contra os seres humanos como amplamente imaginado na ficção cientícica, mas lembra que "quando damos autonomia às máquinas é preciso que elas estejam alinhadas com os nossos objetivos" para garantir que elas vão "tomar as decisões corretas".

"Ainda não sabemos criar máquinas éticas", nota, dizendo-se favorável a que se dê autonomia e poder de decisão às máquinas, mas não sem antes traçar as linhas vermelhas.

Muitos sistemas já tomam decisões e têm uma grande influência na atualidade, lembra Arlindo Oliveira.

E porque "será mais barato processar um sistema automático do que um sistema operado por seres humanos", as profissões desempenhadas por humanos vão diminuir em número.

Apesar de não equacionar uma extinção completa de certas profissões, tarefas como as desempenhadas por condutores de camiões a longa distância, funcionários de call centers, radiologistas e outras associadas ao processamento da informação poderão vir a ser progressivamente substituídas por sistemas automáticos.

João Leite imagina que inteligência artificial será mais um "auxiliar, não um substituto" do ser humano, também através da simbiose entre entre a biologia sintética e a robótica. "A fronteira entre robôs e humanos será esbatida", prevê.

Por outro lado, as pessoas "que tem particulares competências na ação humana" podem vir a ser "mais procuradas" no futuro e artesãos e artistas vão ter um valor acrescentado.

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