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O presidente da ANTRAL (Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros) acusa o ministro do Ambiente de faltar a verdade e pedem a sua demissão, depois de o ministro ter dito que o Governo está aberto para o diálogo com os profissionais do táxi.
Esta terça-feira, no Fórum TSF, o ministro João Pedro Matos Fernandes, que tutela o setor dos transportes, reafirmou que a lei contestada pelos taxistas vai mesmo entrar em vigor a 1 de novembro, como está previsto, mas sublinhou que sempre se mostrou disponível para dialogar.

João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente
© Pedro Sarmento Costa/Lusa
"A porta do Ministério do Ambiente sempre esteve aberta para os receber", garantiu o ministro. "É fundamental modernizar o setor do táxi, mas, quando se chega à prática das soluções, não pode ser só o Governo a ter essa vontade".
O presidente da ANTRAL, Florêncio Almeida, diz que o ministro do Ambiente "não está a falar a verdade". "Desde 2016 que andámos a pedir reuniões com o sr. ministro. Nunca nos recebeu", alega. "Inclusivamente, pedimos a intervenção do sr. primeiro-ministro, o qual nos remeteu para o sr. ministro [do Ambiente] e até hoje ele não nos recebeu".
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Florêncio Almeida, presidente da ANTRAL
© António Pedro Santos/Lusa
"Como é que um indivíduo destes consegue mentir tanto ao país? Porque é que ele não diz a verdade?", questionou Florêncio Almeida, no Fórum TSF. "Ele [João Pedro Matos Fernandes] nunca nos quis receber!".
A ANTRAL vai ainda mais longe e pede mesmo a demissão do ministro. "Tem de ser demitido. Não tem capacidade nem categoria para conseguir lidar" com a situação, defendeu o presidente da associação de transportes.
No Fórum TSF, João Pedro Matos Fernandes admitiu ter recebido em abril de 2017 um pedido da ANTRAL "para discutir a lei, que estava na Assembleia da República", pelo que, considera o ministro, a discussão "não faria sentido".
Os taxistas mantêm o protesto contra a lei que regula as plataformas digitais para transporte de passageiros, como a Uber e a Cabify, que deve entrar em vigor em novembro, após ter sido aprovado pelo Parlamento.
O protesto, centrado nas cidades de Lisboa, Porto e Faro, prolonga-se já há sere dias e irá culminar, na quarta-feira, com uma manifestação junto à Assembleia da República.
*com Manuel Acácio e Nuno Domingues