Uma dessas homenagens partiu de Ana Fraga, mãe de um aluno do Colégio Moderno, e que acaba por ser um exemplo de uma das características atribuídas a Mário Soares: a capacidade que tinha de se mover no terreno da diversidade, de estabelecer pontes com quem tinha posicionamentos ideológicos diferentes.
Reportagem de Miguel Videira no Campo Grande, junto à casa de Mário Soares, antes do início do cortejo fúnebre
De olhos fechados, cabeça virada para o chão, num momento de recolhimento, Ana Fraga esteve alguns momentos em frente à casa de Mário Soares. No final, explicou à TSF que mesmo como católica não hesitou em fazer esta pequena homenagem a um homem que se assumia como laico.
"Para uma pessoa da grandeza do doutor Mário Soares, que nos deixou um país onde podemos caminhar livremente, onde podemos falar livremente, qualquer que seja a etnia e o credo e as opções de cada um, acho que isto é um pequeno paraíso que ele nos deixa. Tenho a certeza absoluta que Deus sabe que Soares é fixe e peço a Deus que lhe dê paz e que este país continue a seguir os ideais pelos quais ele tanto lutou", afirmou.
Muitas pessoas foram deixando flores e frases no Campo Grande. Os cravos dominam, numa referência a Abril. "Aqui ficam os cravos da Liberdade que me ensinaste a amar", lê-se numa das mensagens ali deixadas.
