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E vão três. Alfama volta a ser vencedora das Marchas de Lisboa. O bairro conseguiu 245 pontos. Em segundo lugar ficou o Bairro Alto, com 235 pontos, e em terceiro, a Madragoa, com 234.
Desde 1990, esta é a 18.ª vitória de Alfama, que arrecadou o prémio de Coreografia, Musicalidade, Composição Original (com a marcha "Canção de Alfama") e também Letra (ex-aequo com Madragoa) e Figurino (ex-aequo com Bairro Alto e Carnide).
O prémio Desfile na Avenida da Liberdade distinguiu Bairro Alto e Madragoa e o prémio Cenografia foi atribuído a Alcântara.
Nesta 86ª edição, as Marchas Populares de Lisboa homenagearam Vasco Santana e o filme "A Canção de Lisboa".
"Alfama não tem outra canção"
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As palavras de Ary dos Santos ganharam vida na voz de Amália Rodrigues: "Alfama não cheira a fado / Mas não tem outra canção". Os versos inspiraram este ano o tema da marcha do bairro.
João Ramos, responsável da marcha de Alfama, confessa que sempre acreditou na vitória. "Tínhamos noção que a marcha estava na luta por um lugar cimeiro", lembra.
A vitória foi recebida com alegria no bairro.
O anúncio da vitória, por volta das 5h30, trouxe a festa ao bairro. No centro cultural Magalhães Lima, local dos ensaios, celebrava-se mais uma conquista num bairro onde muitos dos marchantes já não moram.
"Todos os homens que saíram, e muitos foram obrigados a fazê-lo, nenhum deles deixou de responder ao apelo", conta João Ramos, "a marcha em si não sentiu esse degredo. Como diz a letra da música deste ano, 'seremos sempre Alfama até morrer'".
Apesar de muitos marchantes já não morarem no bairro, ninguém faltou à chamada, garante o responsável da marcha.
Alfama voltou a sair vencedora, apesar de ter perdido moradores com a chegada de cada vez mais turistas e o aumento do preço das casas.