Os responsáveis da Escola Superior Náutica Infante D. Henrique garantem que o caso da praxe que motivou a intervenção da Polícia Marítima numa praia de Oeiras, no final de outubro, não gerou qualquer queixa e teve na comunicação social um impacto que "não corresponde minimamente à realidade dos factos".
Foi esta a resposta enviada há poucos dias à Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) depois desta entidade, tutelada pelo Ministério, ter aberto uma averiguação ao caso e suscitado esclarecimentos à gestão da escola.
Na altura, o Correio da Manhã, com fotografias do que se tinha passado, noticiou que pelo menos 20 alunos foram praxados na praia de Paço de Arcos, colocados em situações de risco. Por exemplo, os caloiros tiveram de ir buscar baldes de água à zona de rebentação, numa praxe que levantou pelo menos uma queixa na Polícia Marítima.
Na resposta enviada há cerca de uma semana ao Ministério, a que a TSF teve acesso, a direção da Escola Náutica explica que depois deste caso emitiu um comunicado aos alunos em que admite que as praxes têm "perturbado" o funcionamento regular das aulas, suspendendo as praxes até que fosse clarificado o que se passou.
Contudo, na resposta agora enviada ao Governo, os dirigentes da escola argumentam que ainda não receberam qualquer queixa dos alunos envolvidos e que as notícias conhecidas, apesar de levantarem "preocupação", são de "teor sensacionalista", atingindo "proporções que não corresponderam à realidade dos factos".
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A Escola Superior Náutica, garante a direção, não tem tradição de praxes violentas ou vexatórias.
Fonte do Ministério do Ensino Superior, contactada pela TSF, explica que a Direção-Geral ficará agora a aguardar novos desenvolvimentos ou explicações sobre este caso.
11 queixas contra praxes neste ano letivo
Desde o início do ano, depois do novo ministro, Manuel Heitor, ter criticado de forma bastante clara as praxes, a DGES recebeu um total de 11 "exposições" sobre praxes praticadas neste ano letivo.
Os números enviados à TSF revelam 10 exposições por e-mail, mas duas referentes a casos muito antigos; e cinco exposições por telefone, mas duas a contestar a campanha do Governo contra as praxes.
Além dos telefonemas e e-mails, a DGES abriu uma averiguação, que continua a decorrer, ao que se passou na Escola Superior Náutica Infante D. Henrique, depois da notícia publicada pelo Correio da Manhã.