PSD alia-se à esquerda na contagem do tempo de serviço dos professores

Depois das propostas do PCP e Bloco de Esquerda, apoiadas pelo CDS, agora é o PSD quem anuncia que irá apresentar uma moção própria contra a contagem parcial do tempo de serviço dos professores.

O PSD decidiu apresentar uma proposta para a contagem total do tempo de serviço dos professores. A informação foi confirmada, esta manhã, à TSF.

O jornal Público avançava, esta segunda-feira, que o PSD iria juntar-se ao PCP, Bloco de Esquerda e CDS para chumbar o decreto-lei que prevê a contagem parcial do tempo de serviço.

O PCP e o Bloco de Esquerda já haviam anunciado que irão pedir uma apreciação parlamentar do diploma do Governo sobre a contagem do tempo de serviço dos professores, para poderem, depois, anulá-lo. Uma proposta em que o CDS já admitiu votar ao lado dos partidos da esquerda.

No entanto, o PSD garante agora que irá apresentar uma proposta própria no mesmo sentido.

Os sociais-democratas sempre defenderam a devolução dos nove anos de tempo congelado dos professores, contrariamente aos dois anos, nove meses e 18 dias propostos pelo Governo.

O decreto-lei que prevê a contagem parcial do tempo de serviço foi aprovado a 4 de outubro. Mais de um mês depois, o Governo ainda não enviou o diploma para Belém, para ser promulgado pelo Presidente da República. A demora tem sido justificada com a necessidade de pareceres das assembleias legislativas das regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Certo é que, caso o Presidente da República decida promulgar o decreto-lei, a união de esforços de PCP, Bloco de Esquerda, CDS e PSD impede que a contagem do tempo parcial entre em vigor, obrigando o Governo a retomar as negociações com os professores.

Luta dos professores continua

A luta dos professores para recuperar o tempo de trabalho descontado não esmorece. A Fenprof vai, a partir desta segunda-feira, recolher postais de Norte a Sul do país.

O objetivo é mostrar ao Governo que a população apoia a luta de quem ensina, disse à TSF o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira.

"Esperamos que os partidos políticos façam justiça e apliquem aos professores do continente exatamente as mesmas regras de recuperação do tempo de serviço que já foram aprovadas na Madeira. Na Madeira, onde o PSD é Governo, aprovou-se a recuperação integral do tempo de serviço, com faseamento até 2025, com o apoio do PS, do PCP do Bloco de Esquerda,... Portanto, não vemos qualquer motivo que possa levar os mesmos partidos a não estar de acordo com a recuperação integral no continente", afirmou.

O líder da Fenprof não tem dúvidas de que, perante uma 'guerra' entre o Governo e os professores, quem perde é o Executivo. E será já nas próximas eleições.

"O Governo está convencido de que guerrear com os professores é algo que, junto da opinião pública, é bom para si e, eventualmente, dá votos (...). Nós iremos provar que a população portuguesa, ao contrário do Governo, está com os seus professores".

Os professores esperam agora que os partidos tenham a iniciativa de apresentar a proposta para recuperação do tempo de serviço perdido. Caso não aconteça, garantem, entregarão os postais recolhidos na residência oficial do primeiro-ministro.

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