Durante o debate, em Estrasburgo, dedicado à análise da situação dos incêndios em Portugal e Espanha, o social-democrata Paulo Rangel, o socialista Carlos Zorrinho e o centrista Nuno Melo apoiaram a ideia lançada em 2006, pelo Comissário Michel Barnier, para um sistema único de Proteção Civil na Europa.
A ideia voltou a ser defendida pelo comissário Christos Stylianides, que tem a pasta da Ajuda Humanitária e da Gestão de Crises. Depois de reiterar as condolências aos familiares das vítimas dos incêndios, o comissário cipriota elogiou o trabalho dos "heróicos bombeiros" portugueses, lamentando "não ter sido a primeira vez este ano que esta região foi afetada por incêndios devastadores e mortíferos".
"A época de incêndios de 2017 foi uma das piores da última década", salientou o comissário, considerando que "o sul da Europa tem estado demasiado exposto". E, isoladamente, os meios dos estados-membros "não são suficientes".
"O mecanismo europeu de Proteção Civil foi ativado 16 vezes, por causa dos incêndios florestais, desde meados de junho", disse Stylianides, acrescentando que "nunca se viram tantas ativações em tão pouco tempo".
O comissário que dentro de um mês apresentará um plano com medidas, assumiu "limites práticos e jurídicos" do atual sistema, que se limita "a coordenar e ajudar com os custos de transporte" e sem "meios próprios".
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Por sua vez, vários eurodeputados portugueses referiram-se ao relatório apresentado, em 2006, pelo comissário Michel Barnier, em que se propõe uma "força de Proteção Civil" para a Europa. Mas, apontaram também falhas ao Governo e apelaram a mais solidariedade.
O jornalista João Francisco Guerreiro acompanhou o debate em Estrasburgo
O social-democrata Paulo Rangel lançou "um repto" à União Europeia, para que seja capaz de "criar uma Força Europeia de Proteção Civil", considerando que em Portugal houve "falhas graves do Governo".
Por sua vez, o socialista Carlos Zorrinho afirmou que "se temos uma união para Defesa e uma união para a Segurança, porque não ter uma União para a Proteção Civil".
Já o centrista Nuno Melo lembrou que a proposta para o sistema europeu de Proteção Civil já está elaborada, agora "execute-se".
O independente António Marinho e Pinto considerou que faltam "qualificações" a quem coordenou o combate ao fogo. Já o deputado do PCP, Miguel Viegas, apelou à prevenção e defendeu o combate ao desinvestimento, considerando que "importa libertar Portugal das amarras do Euro, que tanto limitaram Portugal na sua capacidade de investir e de realizar ações de prevenção estrutural da floresta".