A ideia está a ser desenvolvida pelos alunos do Curso de Auxiliar em Saúde da EPTOLIVA.
Mas há outros projetos em andamento. Tendo em conta a região onde se encontra, propícia à produção de batata, os alunos arregaçaram as mangas para tentar prolongar o tempo de conservação deste alimento, que não pode ser cultivado o ano inteiro.
Paralelamente, ao estudar o mesmo processo com as maçãs chegaram também ao bioplástico, que demora menos 100 anos a deteriorar-se do que um plástico normal.
Mas comecemos pela fralda: não é descartável, e por isso mais amiga do ambiente, e mostra-se mais absorvente que uma fralda normal. A ideia surgiu em maio porque é mês de tosquiar as ovelhas. Em cada tosquia existe uma quantidade de lã considerável que estava, até aqui, a ser desperdiçada, mas que os alunos do curso de Auxiliar de Ação Médica, da Escola Profissional de Oliveira do Hospital, com a ajuda da professora Honorata Pereira, decidiram reaproveitar.
Primeiro ponto positivo do projeto: o aproveitamento de um desperdício.
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Ponto número dois, a qualidade da lã: "Trouxemos a lã para o laboratório e verificámos que a taxa de retenção de humidade é muito superior à do algodão, bem como a rapidez de secagem".
E com a lã a secar mais rápido que o algodão chegaram à ideia da fralda para bebé, com um toalhete que fica dentro da fralda, lavável e reciclável. Estudaram a lã, a ovelha de raça Serra da Estrela, e a região.
O passo seguinte foi no laboratório, para "estudar se a lã era antibacteriana e antifúngica. A partir daí vimos que a ideia era viável e exequível", explica Bruno Paulino, um dos alunos envolvidos.
E dessa obra já nasceu um protótipo que está a evoluir. A esperança dos alunos é que a fralda possa vir a ser comercializada. "Temos parceiros interessados na ideia e estamos na fase de registo da patente".
Conservação da batata em teste
A par do projeto da fralda com lã de ovelha Serra da Estrela, o município de Oliveira do Hospital, também pelas mãos da EPTOLIVA, está a ver nascer o "Plantisfica-te". "É uma zona rica em batata e em fruta. Quando chega a esta altura do ano, a batata começa a ficar velha e ou é dada aos animais ou é deitada fora".
E mais uma vez, para evitar desperdícios, alunos e professora, criaram a solução: "produzimos biofilmes, a partir do amido da batata velha".
E ao biofilme adicionaram extrato de alfavaca. Resultado? "Emergimos a batata no biofilme e verificámos que ela se conservava muito mais tempo".
Bioplásticos na EPTOLIVA
E como não há duas sem três, a estudar as maçãs chegaram aos bioplásticos. "No caso da maçã, o filme já não foi de amido, mas sim de peptina, e daí fizemos biofilme e bioplástico. Depois testamos a degradabilidade destes plásticos em terra e no máximo durou três meses. Um plástico normal dura cem anos".
Bioplásticos, prolongamento da conservação das batatas e fraldas de pano com lã de ovelha Serra da Estrela: três projetos em andamento na Escola Profissional de Oliveira do Hospital.