O lançamento de fogo de artifício na noite de domingo, durante os festejos dos Santos Mártires, no bairro do Alboi, em Aveiro, gerou uma onda de indignação na internet, com muitas pessoas a partilharem o seu testemunho. O momento, que durou vários minutos, foi registado em vídeo e divulgado nas redes sociais.
"O país arde como nunca antes e em Aveiro, onde as chamas estão à porta da cidade, há foguetes a romper a noite. Inadmissível", escreveu o diretor da produtora Sons em Trânsito, Vasco Sacramento, na rede social Facebook.
Paula Pinheiro, moradora naquela zona, contou que quando acabou o fogo de artifício, o responsável foi-se embora e minutos depois o material começou a arder, adiantando que vários vizinhos chamaram a polícia e os bombeiros.
Carla Tavares, deputada do PS na Assembleia da República, também usou o seu perfil naquela rede social para comentar a situação.
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"Em Aveiro, com os incêndios de Mamodeiro e Vagos tão perto, e com um calor e intensidade de vento ainda tão fortes, ouvem-se foguetes... Nem sou capaz de dizer mais nada. O respeito que tenho pelas vítimas dos incêndios e por todos aqueles que os combatem impedem-me de dizer mais", escreveu a socialista.
O lançamento de fogo de artifício aconteceu durante o período crítico do Sistema de Defesa da Floresta, que prevê a proibição de lançar foguetes e fazer queimadas e fogueiras nos espaços florestais.
De acordo com a legislação, o uso de fogo de artifício só é permitido com autorização da Câmara Municipal, solicitada com 15 dias de antecedência.
A Câmara Municipal de Aveiro ativou às 23h00 de domingo o Plano Municipal de Emergência, na sequência dos vários fogos que lavram no concelho.
Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves disse que o "período crítico" começou por volta das 17h00.
"Temos o município de Aveiro a arder em muitos lados. Em Requeixo, Carregal, Mamodeiro, Quintãs, Costa do Valado... Isto é uma coisa inacreditável", afirmou o autarca, adiantando que a situação mais grave aconteceu no Centro Logístico da Moviflor, na Zona Industrial de Mamodeiro, que "ardeu completamente".