"Nós temos um panorama editorial riquíssimo, não é necessário indicar livros que podem causar polémica, podem causar dúvidas, podem entrar em contradição com os valores das famílias e dos professores quando há tanto para escolher", sublinha Isabel Alçada.
A consultora do Presidente da Republica para a Educação não hesita em dizer que se a equipa que liderou quando era comissária para o Plano Nacional de Leitura lhe tivesse levantado essa questão a resposta seria clara: "é preferível escolher outro livro".
A linguagem sexual explicita que o livro apresenta "é menos própria" e pouco recomendada para uma sala de aula com alunos do 8º ano. Isabel Alçada lembra que nunca aceitou, enquanto professora " uma linguagem desse tipo" porque se trata de "um registo que não é consentâneo com o respeito mútuo que deve existir numa sala de aula".
Questionada pela TSF se esta não é uma posição conservadora, a antiga ministra da educação argumenta que não considera que "uma linguagem desabrida seja progressista, de maneira nenhuma".
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Isabel Alçada sublinha que sendo a recomendação feita pelo Plano Nacional de Leitura "as escolhas devem ser feitas de uma forma muito criteriosa" e considera que a comissão do PNL "deve pedir responsabilidades a quem indicou o livro" de Valter Hugo Mãe.
O jornal Expresso revelou este sábado que livro "O nosso reino" tem frases como "E a tua tia sabes de que tem cara, de puta, sabes o que é, uma mulher tão porca que fode com todos os homens e mesmo que tenha racha para foder deixa que lhe ponha a pila no cu."
O jornal adianta que os pais dos estudantes do Liceu Pedro Nunes, que frequentam o 8º ano, se queixaram do conteúdo do livro.