A organização da Europa Nostra elogia a história de sucesso dos jardins do palácio de Queluz. A secretária-geral, Sneska Mihailovic, fala num exemplo para ser seguido por outros países.
"Eu diria que é um verdadeiro exemplo, um estudo de caso para a Europa de um projeto holístico de recuperação patrimonial. É uma história de renascença, renascença de um jardim botânico. Um vasto número de jardins botânicos decidiram ajudar e enviar para Portugal, para Queluz, as sementes das plantas que terão feito parte daquele jardim botânico. Investigaram e, felizmente, havia um inventário de 1789 de todas as plantas que tinham lá estado", defende.
O Jardim Botânico foi transformado em roseiral em 1940. Depois das cheia de "83, foi desmontado e transformado numa área ampla para picadeiro da Escola Portuguesa de Arte Equestre. Em 2012, a Parques de Sintra assumiu a gestão dos Jardins e Palácio Nacional de Queluz e começou a reconstrução. Foi inaugurado em junho de 2017 e a sua reabilitação representou um investimento de 815 mil euros.
Em maio deste ano, foi anunciada esta distinção pela Europa Nostra . Sneska Mihailovic considera que é um galardão merecido.
"É uma história de sucesso formidável. Eu diria que é uma história de amor para o património cultural o que tantas pessoas dentro e fora de Portugal conseguiram fazer. Um jardim botânico, um lindo jardim botânico que remonta ao tempo do iluminismo, portanto, um dos únicos quatro jardins existentes na Europa construídos nessa altura, foi destruído pelas cheias catastróficas de 1984, há 35 anos. Muitas pessoas, muitas delas em Portugal, pensaram: 'nós não podemos apenas abandoná-lo'".
A cerimónia dos prémios Europa Nostra acontece esta sexta-feira à tarde, em Berlim e está inserida na Cimeira Europeia do Património Cultural, que começou a 18 e termina a 24 de junho.
