Antigo guarda de Auschwitz declara-se "sinceramente arrependido" em tribunal

Foi recrutado aos dezoito anos pelas SS, força militar do partido nazi, e enviado para Auschwitz em 1942. É acusado da morte de, pelo menos, 170.000 pessoas.

Um antigo guarda do campo de concentração de Auschwitz, Reinhold Hanning, 94 anos, a ser julgado na Alemanha por cumplicidade na morte de dezenas de milhares de pessoas, falou hoje pela primeira vez para se declarar "sinceramente arrependido".

"Tenho vergonha de ter deixado esta injustiça acontecer e de nada ter feito para o impedir (...) Estou sinceramente arrependido", declarou no tribunal de Detmold (oeste), onde está a ser julgado desde 11 de fevereiro "por cumplicidade" na morte de pelo menos 170.000 pessoas entre janeiro de 1943 e junho de 1944.

Jovem operário recrutado aos 18 anos pelas Waffen SS (força militar do partido nazi de Adolf Hitler), Hanning combateu nos Balcãs e na frente russa antes de ser transferido, no início de 1942, para Auschwitz. Colocado no campo de concentração de base Auschwitz-I, também fiscalizava a zona do cais de chegada de Birkenau (Auschwitz-II).

No 13.º dia do seu julgamento e tendo até agora mantido o silêncio, Hanning lamentou hoje ter pertencido a uma organização responsável pela morte de incontáveis famílias e inocentes, segundo declarações divulgadas pela agência alemã DPA.

Antes, os seus advogados tinham lido um texto de 23 páginas sobre a juventude e o envolvimento do seu cliente, no qual ele reconhece ter tido conhecimento dos assassínios em massa realizados em Auschwitz. O texto retrata igualmente um acusado apolítico que nada pode fazer contra a sua incorporação nas SS.

"Auschwitz foi um pesadelo. Gostaria de nunca lá ter estado", conclui o texto.

Hanning arrisca três a 15 anos de prisão.

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