Num processo com 28 arguidos, há nomes que saltam à vista pelo muito dinheiro que o Ministério Público (MP) afirma que receberam e esconderam em contas no estrangeiro.
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A acusação consultada pela TSF revela que José Sócrates terá sido o maior beneficiado tendo amealhado, ao todo, entre 2006 e 2015, 34,143 milhões de euros. Deste dinheiro, dois terços, 21 milhões, segundo o MP, tiveram "origem em entidades do Grupo Espírito Santo por determinação do arguido Ricardo Salgado, pagos para contas na Suíça, entre 2006 e 2009", para favorecer o grupo que liderava o antigo BES.
A seguir a Sócrates o maior beneficiário dos crimes alvo deste processo foi Zeinal Bava, o presidente do Conselho de Administração da PT, que segundo a acusação recebeu em contas em seu nome pessoal e numa sociedade offshore 25,2 milhões de euros. Dinheiro pago por Ricardo Salgado.
Também com alegada origem em Ricardo Salgado estiveram os 20 milhões recebidos e alegadamente escondidos por Henrique Granadeiro, homem forte da presidência do Conselho de Administração da Portugal Telecom e terceiro maior beneficiário dos crimes citados no processo.
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Em quarto lugar nesta lista segue-se o próprio Ricardo Salgado que terá pago a si próprio, ocultando, 10,7 milhões de euros.
Hélder Bataglia foi outro dos grandes beneficiados dos alegados pagamentos de Salgado a Sócrates, recebendo 5,250 milhões de euros como pagamento por disponibilizar as suas contas bancárias para fazer chegar ao antigo primeiro-ministro o dinheiro vindo do líder do BES, através de contas sediadas na Suíça em seu nome ou offshores.
A terminar esta lista, Carlos Santos Silva, o amigo de José Sócrates, ganhou 2,5 milhões de euros pelo serviço de deixar o governante usar contas e sociedades em seu nome para esconder a origem e o verdadeiro dono do dinheiro.
Ao todo, os seis arguidos arguidos anteriores terão beneficiado de 98 milhões de euros com origem nos crimes apontados pelo Ministério Público.