Ainda não foi desta que Pedro Dias, o homem suspeito de ter assassinado três pessoas em outubro de 2016, em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda, falou em tribunal. Tudo apontava para que o arguido quebrasse esta sexta-feira o silêncio, o que não veio a acontecer por atrasos na entrega de alguns relatórios e perícias solicitadas.
"Se se mantiver a data de 15 [de fevereiro] irá falar, porque as próximas sessões irão começar precisamente pelas declarações do arguido, seguidas pelas alegações finais", disse Mónica Quintela, advogada do arguido.
A advogada de Pedro Dias afirma que o suspeito dos assassinatos está preparado para prestar depoimentos
"Não podemos antecipar o que ele vai dizer. Ele irá falar, ele quer falar, desde o princípio que ele quer falar. Não colhe a tese de que está à espera da prova porque todos nós conhecemos a prova, todos conhecemos o processo. Ele poderia tê-lo feito em qualquer altura, mas entendemos que era importante que tivesse decorrido toda a produção de prova para que o tribunal pudesse ver efetivamente o que é que não quadra na acusação para que ele possa agora explicar aquilo que terá que explicar", declarou a defensora.
Já Pedro Proença, advogado do militar da GNR ferido e da família do outro militar que terá sido morto por Pedro Dias, referiu que "neste momento a prova está feita" e "consolidada".
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Pedro Proença, advogado das vítimas, considera que a acusação já ficou privada
"Quanto a mim não há dúvidas nenhumas em relação à prova dos factos que constam da acusação. Tudo o que vier neste momento será fait-diver puro", afirmou.
O advogado disse ainda esperar que se faça "justiça" e que Pedro Dias seja condenado "à pena máxima de 25 anos".
O arguido está acusado de três crimes de homicídio qualificado sob a forma consumada, três de homicídio qualificado sob a forma tentada, três de sequestro, bem como de crimes de roubo de automóveis, de armas da GNR e de quantias em dinheiro e de detenção, uso e porte de armas proibidas.