PGR abre inquérito às imagens de interrogatórios. Defesa fala em "parceria"

José Sócrates irá agir judicialmente em defesa dos seus direitos, depois de as imagens dos interrogatórios no âmbito da Operação Marquês terem sido tornadas públicas.

Fonte da Procuradoria-Geral da República admitiu à TSF que, apesar de o processo já não se encontrar em segredo de justiça, "a divulgação destes registos está proibida, incorrendo, quem assim proceder, num crime de desobediência, pelo que, o Ministério Público decidiu instaurar inquérito para investigar os referidos factos".

A defesa de José Sócrates reagiu também à reportagem da SIC onde foram transmitidas imagens de interrogatórios judiciais ao antigo-primeiro-ministro referindo que "representa o culminar de uma longa parceria e cumplicidade entre a estação de televisão e as autoridades a quem o processo está entregue".

Mais ainda, referem os advogados, trata-se de uma parceria "entre a sic, o procurador e o juiz de instrução, a quem a estação tem traçado os mais elogiosos perfis".

Na visão do advogado, está em causa um "espetáculo singular e chocante", onde existe uma "progressiva e assustadora tabloidização da nossa justiça". "No essencial, está agora claro que vale tudo: qualquer cidadão ficou a saber que as filmagens dos interrogatórios que o Ministério Público promove estão no mercado. Eles aparecerão nos telejornais em função do interesse comercial, das audiências. A dignidade da justiça, com o incompreensível silencio institucional, está assim finalmente subjugada ao interesse venal do espetáculo: utilizaremos tudo o que nos permitir ganhar dinheiro", pode ler-se no comunicado enviado às redações.

Mas o advogado assegura que "o resultado não foi o que esperavam - o tiro saiu pela culatra". "Os interrogatórios vêm demonstrar aquilo que temos repetidamente afirmado: a acusação não tem qualquer fundamento em factos e muito menos em provas. Chega a ser confrangedora a incapacidade dos procuradores em sustentar o que levianamente afirmam. Na verdade, os interrogatórios só confirmam a vacuidade da acusação", acusa a defesa de José Sócrates.

Nesta senda, Pedro Delille e João Araújo explicam que não deixarão de "agir judicialmente em defesa dos [seus] direitos que são, afinal, os direitos que o Estado deveria garantir a todos os cidadãos portugueses".

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