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Além de fornecer as Forças Armadas, o laboratório militar já produz fármacos para hospitais (públicos e privados), mas apenas quando esses medicamentos não existem no mercado.
E agora, que a lei da canábis medicinal já está em vigor, a procura junto do laboratório centenário tem sido muita e vem de todo o lado.
"Literalmente, todo o mundo. Acho que só nos falta o continente africano. De resto, já tivemos contactos de empresas na Ásia, na América do Norte, América do Sul e estamos a tentar agora organizarmo-nos para podermos produzir", diz à TSF o major Paulo Cruz.
O chefe do departamento de logística farmacêutica acrescenta que o mercado internacional é o alvo também para empresas nacionais.
"Empresas que são produtoras de canábis - a matéria-prima - e empresas que comercializam ou querem comercializar em mercados internacionais. Também várias empresas portuguesas nos contactaram, inclusive empresas que querem fazer investigação", explica.
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Ouça a peça da jornalista Dora Pires sobre a procura do laboratório militar para fabricar medicamentos à base de canábis
Para dar conta do recado, o major Paulo Cruz adianta: "É preciso encontrar um espaço e fazer as obras necessárias, falta o investimento nas obras necessárias para ter linhas produtivas porque, sendo um estupefaciente, exige circuitos diferentes, um controlo mais apertado e inclusive linhas de produção dedicadas."
Caso avance o fabrico de medicamentos à base de canábis, será sempre uma atividade à margem da função civil do laboratório, cuja prioridade continua centrada nas Forças Armadas.
O uso da canábis para fins medicinais foi aprovado, em 2018, no Parlamento. A lei entrou em vigor no passado dia 15.
Fonte do Infarmed disse à Lusa que a entrada em vigor da lei não vai, em termos práticos, ter grande repercussão e revelou que não recebeu ainda qualquer pedido para analisar um produto com vista a ser colocado no mercado.
A partir de agora, disse a mesma fonte, o Infarmed vai ter na página oficial informação específica sobre a canábis para fins medicinais.
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