Os inspetores da ASAE estão esta segunda-feira em greve para pedir melhores condições de trabalho e contra a proposta do governo para criar a carreira especial de inspeção da ASAE.
Bruno Figueiredo, presidente da Associação Sindical dos Funcionários da ASAE, explica que as condições de trabalho na instituição que fiscaliza os direitos do consumidor são péssimas e além das escassez de pessoal há uma evidente falta de meios.
O sindicalista dá um exemplo concreto: "Perdemos há pouco tempo 20 veículos porque a direção não acautelou o fim de um contrato de aluguer operacional de viaturas, havendo brigadas que não têm carros para sair à rua".
O sindicato faz o diagnóstico aos carros da ASAE.
"Os carros que restam", adianta Bruno Figueiredo, "têm mais de 20 anos e mais de 400 quilómetros em cima estando mensalmente na oficina para recuperação".
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Vale a pena usar o Livro de Reclamações?
O presidente da Associação Sindical dos Funcionários da ASAE recorda ainda que praticamente todas as queixas escritas nos livros de reclamações vão parar a esta entidade que, garante, não tem condições para as analisar.
Ao todo, diz o sindicato, são cerca de uma dúzia de funcionários a analisarem aquilo que em média são perto de 700 reclamações por dia que vão parar à ASAE, algo que é "manifestamente pouco".
Bruno Figueiredo explica que estamos perante o "desrespeito do consumidor" ou "um logro" pois das cerca de 150 mil queixas recebidas anualmente são raras as que recebem resposta, bastando ver o Portal da Queixa na internet para encontrar queixas contra a ASAE.
O sindicato defende que as queixas feitas no Livro de Reclamações servem para quase nada.
Bruno Figueiredo garante que só no ano passado foi assinado um contrato para analisar 56 mil reclamações referentes a 2012 o que revela bem a morosidade de todo este processo resultante da falta de meios da ASAE, entidade que tem de fiscalizar as atividades em grande parte da economia que afeta o dia-a-dia dos portugueses.
Além da greve, o sindicato promove esta segunda-feira uma manifestação em Lisboa que irá do Ministério das Finanças ao Ministério da Economia.