Noemie Freire já leva dez anos de marinha e o crachá com uma ancora de prata, comprovativo de mais de oito mil horas de oceano, mostra que esta especialista em operações com radares e sonares escolheu frequentar o curso de submarinos não apenas como uma nova experiência.
"Procurava um desafio pessoal e profissional também, já conheço os navios de superfície e tive bastante interesse em conhecer os navios de subsuperfície (submarinos)", explica.
Reportagem de José Milheiro
Noemie promete estudar "afincadamente". Os próximos nove meses vão ser de estudo intenso e diversificado porque os submarinista têm que aprender a mexer em todas as partes do navio.
E sendo o submarino uma caixa fechada é preciso estar preparado para este novo ambiente. "O mar; não o conseguimos ver, estamos por debaixo dele. As rotinas são iguais às das fragatas. Funciona por sistema de "bordadas", ou seja, seis horas de descanso e seis horas de trabalho; em que as seis horas de descanso nunca chegam a ser seis horas porque é preciso fazer as limpezas, alimentar-se e fazer a higiene pessoal", revela.
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Para Noemie "não é o facto de ser a primeira mulher dentro de um submarino que muda alguma coisa" é só uma questão de habituação à falta de privacidade dentro deste tipo de navio.
A Armada portuguesa tem dois submarinos ao serviço e 180 submarinistas que vão rodando a presença no mar. O curso de submarinos realiza-se todos os anos e tem um elevado grau de exigência, em média, cerca de 20% dos alunos acaba por desistir.