Morreu-se mais de medo em 1969. Se fosse hoje "seria pior"

Sismo terá feito 13 mortos, mas só duas pessoas foram vítimas diretas do abalo. Os restantes sofreram "problemas cardíacos".

Foi o último grande terramoto no país e há registo de um pequeno tsunami no mar. A imprensa da época refere 13 mortos, mas só duas pessoas foram vítimas diretas do sismo, os outros "sofreram problemas cardíacos".

Se fosse hoje, "acredito que as consequências seriam muito piores", afirma o presidente da Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica, "há mais pessoas, mais construção e continuamos a ter infraestruturas que são tão perigosas como em 1969 e outras novas com problemas".

João Azevedo garante que não é alarmista, mas não é a primeira nem será a última vez que alerta para o perigo, para este este perigo. As novas construções estão sujeitas a regras de construção antissísmica , mas não há fiscalização, "antigamente, eram as câmaras, mas isto há décadas, depois deixou de ser atribuída essa competência".

A vaga de reabilitação que tem varrido sobretudo as grandes cidades, segundo João Azevedo, também não está obrigada a melhorar a resistência dos edifícios, com o argumento político de que temos de facilitar a reabilitação e precisamos de casas para as pessoas. Assim, conclui, "a lei diz que basta não piorar a situação que existe, ou seja, se o prédio estiver a cair, desde que não fique pior, não é preciso fazer mais nada".

O engenheiro insiste que "há de haver em Portugal outro terramoto como o de 1755, só não sabemos quando". E quando acontecer, segundo estudos e estimativas já feitos e refeitos, "há de provocar centenas de vezes mais vítimas que os incêndios de 2017 e causar perdas económicas equivalentes a 40% do Produto Interno Bruto".

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