"Não há GNR para obrigar as pessoas a irem embora, mas é para abandonar"

Na Aldeia de Cabreira, sem GNR e ventos tresloucados, Francisco Neves contou à TSF que estava preocupado com a retirada da população do local. "O calor aquece o ar, lá em cima é uma complicação", diz.

- Devem ir-se embora! Devem abandonar! Há ordem para abandonar, han...

Francisco Neves estava preocupado. Com ele, com os outros e com o vento, que desvairado vai mudando de direção e ganhando o estatuto de imprevisível. O calor torna o ambiente infernal. Havia gente para retirar da Aldeia de Cabreira, no concelho de Góis, onde a GNR não estava. Neves mandava abandonar aqueles que os olhos agarravam.

"O médico da Cruz Vermelha, que anda aí com uma carrinha, estava a dar estas instruções", diz ao microfone da TSF Francisco Neves, membro da Adra, uma organização internacional que dá resposta a catástrofes.

"Estou a seguir-lhe o exemplo, com o conhecimento dele, porque não há GNR aqui. A informação que eu estou a passar é porque ele não consegue chegar a toda a população e porque não há GNR para obrigar as pessoas a irem embora, mas é para toda a gente abandonar", explica.

Enquanto uns já abandonaram, outros estão em vias de o fazer, embora haja reticências em cada esquina. "O lar de idosos já foi evacuado", conta.

E as chamas, podem chegar ali? "Isso pode acontecer. Os ventos atmosféricos têm uma direção, depois aqui em baixo mudam de direção. O calor aquece o ar, lá em cima é uma complicação. Não se sabe o que pode acontecer. Não vamos correr mais riscos como corremos até agora."

Ponto de situação às 13h30

Foram reforçados os meios aéreos no incêndio de Pedrogão. Nove aviões foram direcionados de Góis para esta zona, para o ponto mais preocupante de Pedrogão. Por isso, o incêndio não pode ser dado como dominado, tal como chegou a ser falado pelas autoridades.

Ao todo 17 aviões combatem o fogo em Góis e Pedrogão. 85% ou mais do perímetro em ações de rescaldo, estão a ocorrer diversas reativações.

O número de feridos subiu para 160, 41 pessoas foram retiradas de casa e foram registadas 409 ações de apoio psicológico. Dados avançados pelo Comandante Vítor Vaz Pinto, da Protecção Civil.

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