"Não queremos políticas empoladas" para o turismo

O Grupo de Investigação Práticas e Políticas da Cultura do Centro em Rede de Investigação em Antropologia promove um encontro no ISCTE sobre os desafios do turismo na atualidade.

Estudar o turismo e o papel estratégico que tem conquistado a nível político e social é o ponto de partida para o 2º encontro do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA), que decorre esta quarta-feira no ISCTE.

"A ideia é deslocar o centro da atenção para o que está a acontecer mesmo, e não falar em termos abstratos do turismo como uma coisa quantificável, que está a aumentar as exportações, que está a diminuir o défice da balança comercial", explicou Sofia Sampaio, da comissão organizadora.

A antropóloga do CRIA explicou à TSF que os investigadores vão ao terreno "fazer as perguntas certas" à comunidade local, mas também aos turistas que "têm de ser ouvidos".

Sofia Sampaio explicou que a academia não quer entrar na bipolarização, "naquela ideia antiga de nós e os outros, o turista e o local, cada vez mais nós somos turistas".

É importante "romper ideias feitas e desafiar o óbvio", defendeu a investigadora acrescentando que é importante implementar políticas que espelhem a realidade do turismo a nível nacional e internacional.

"Não queremos políticas empoladas, que estão a seguir moinhos de vento como o D. Quixote. Queremos políticas que são radicadas em processos de conhecimento do que existe, do terreno, dos problemas que existem e do que há para fazer", explicou.

O encontro conta com quatro painéis de debate ao longo do dia que vão analisar o papel da gastronomia no turismo e a importância das visualidades e performances no setor. À tarde, há ainda espaço para a discussão de políticas, atores e territórios turísticos e alternativas e desafios do setor. A conferência termina com a palestra de Pau Obrador, investigador da Universidade de Northumbria no Reino Unido.

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