Bruno Cardoso é médico pediatra, especialista em cuidados intensivos neonatais e será um dos formadores que esta semana vão ensinar alguns truques para tornar mais fácil a relação entre estas crianças e quem lhes cuida da saúde.
Em Portugal nascem, por ano, cerca de nove mil bebés prematuros, que representam entre oito a 10 por cento de todos os partos. Ainda assim, estes números podem não ser suficientes para garantir rotinas e hábitos. Esta é uma das razões para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, apostar em ações de formação.
Bruno Cardoso justifica assim a importância destes cursos. "O treino em manequins e a discussão com outros colegas torna-se fundamental para quando acontece uma situação ou um caso de um bebé prematuro, para que a abordagem seja mais técnica e com menos complicações". Entender as especificidades destes bebés, que implicam certos cuidados, também é importante. "Do ponto de vista do sistema nervoso central, têm um cérebro que é imaturo, que sangra com mais facilidade. Do ponto de vista respiratório são incapazes de respirar autonomamente e sem suporte ventilatório".
No curso que tem início esta semana vão estar em destaque os procedimentos neonatais, entre os quais a forma de intubar estes bebés, técnicas específicas para medicação intravenosa, e como se efetuam colheitas de sangue. O aleitamento ou os procedimentos adequados dentro do bloco operatório são outros temas abordados nestas ações de formação. O objetivo é comum - diminuir sequelas e reduzir a mortalidade destes bebés.
Por estes cursos já passaram mil formandos nos últimos 10 anos. Chegam de todo o país, o que também é tido em conta. "No caso de uma ameaça de parto pré-termo numa região mais distante, o que nós explicamos, por exemplo, é como é que o bebé há de ser abordado na sala de partos. Por exemplo, deve ser colocado dentro de um saco plástico esterilizado, sem limpar o bebé antes, porque isso ajuda a manter a temperatura corporal".
