A população não teve descanso durante a madrugada e o dia divide-se entre a vigilância e a limpeza dos terrenos.
Árvores negras, caídas no chão ou semicobertas pelas folhas queimadas, chão que se transformou em cinza e onde é fácil ver pequenas colunas de fumo e chamas que teimam em não sair. O cenário repete-se ao longo de mais de 30 quilómetros de estrada, mas de Vagos a Mira o cenário é desolador.
A reportagem da jornalista Rute Fonseca
Em Mira, António Santos tem as mãos negras e um lenço à volta do pescoço que durante a madrugada usou para se proteger das chamas. Está exausto. A esposa, Norinda Santos conta que não pregou olho.
Em Vagos, Carolina Gonçalves não tem memória de um fogo tão poderoso. O marido, António Gonçalves, recorda uma noite caótica.
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Uns quilómetros à frente, em Ílhavo, Isabel Santos rega o terreno que rodeia a casa e que na noite de domingo para segunda-feira ficou cercada pelas chamas.
Quem viveu esta noite de incêndios entre Vagos e Tocha fala num mar de fogo, que queimou tudo por onde passou... casas destruídas, animais mortos, famílias desalojadas... o dia passa-se entre a limpeza e a vigia dos terrenos.