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Já não vai haver duas passadeiras com as cores do arco-íris na Avenida Almirante Reis, em Lisboa. Quem o garante é Margarida Martins, presidente da Junta de Arroios, que assinala também que as indicações rodoviárias têm de estar marcadas a uma cor única: branco.
A proposta, anteriormente aprovada pela Junta, foi apresentada por dois representantes do CDS-PP na Assembleia de Freguesia de Arroios, de forma a assinalar o Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia.
Aceite de forma unânime na reunião da Assembleia de Freguesia de Arroios da última segunda-feira, a medida não foi analisada devidamente. "Não se pensou no assunto", confessou Margarida Martins, numa entrevista exclusiva ao Observador. No mesmo local, diz a autarca socialista, será criada uma medida de sensibilização, ainda em estudo: "Estamos a falar com todas as entidades para chegar a um consenso".
Margarida Martins é, no entanto, a favor do simbolismo das passadeiras arco-íris, e rebate quem as critica. "É uma polémica fora do seu tempo. Há polémica por uma passadeira quando nós vamos ter um centro LGBT e um centro da diversidade? Quando o próprio CDS aprovou o centro LGBT?", analisou a presidente da Junta de Arroios, que garantiu que não se incorrerá em gastos excessivos.
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CDS nacional afasta-se da proposta a nível local
O CDS tem sido alvo de críticas por ter avançado com a proposta em causa. A sede de Arroios justificou-se por duas vezes no Facebook. Na primeira publicação assumiu que "confundir a afirmação da não discriminação de pessoas com a defesa de uma ideologia de género é característico de alguma Esquerda", na qual não se revê.
Mas o desconforto crescente dentro do partido provocou no CDS local a necessidade de rejeitar "em absoluto qualquer tentativa de colagem a uma posição oficial do CDS em Lisboa ou Nacional".
Também Cristas já reagiu à ideia do arco-íris na estrada, depois de esta ter sido considerada ilegal. Num comunicado enviado aos militantes do CSD, a centrista argumentou que a proposta não tinha qualquer "carácter vinculativo", e que foi somente "apresentada pelos eleitos pelo CDS em Arroios".
O comunicado revela ainda que a direção nacional do partido e o CDS de Lisboa não tiveram conhecimento prévio de que esta ideia seria apresentada na autarquia. O CDP-PP garantirá, por isso, "que situações destas não tornem a ocorrer", e lamentou o sucedido, junto dos seus militantes.