Pinhal de Leiria: ainda há pirilampos na catedral sussurrante?

O historiador e investigador amador Gabriel Roldão, autor do livro "Elucidário do Pinhal do Rei", revela os segredos da Mata Nacional de Leiria, da raiz à riqueza produzida no século XX.

Milhões de acácias, invasoras que ameaçam a biodiversidade, têm vindo a conquistar terreno na Mata Nacional de Leiria, também conhecida como Pinhal de Leiria ou Pinhal do Rei, depois do incêndio que deflagrou a 15 de outubro do ano passado.

A origem do Pinhal de Leiria é anterior a D. Dinis, explica o investigador e historiador amador Gabriel Roldão, autor do livro "Elucidário do Pinhal do Rei", que situa uma mancha florestal de pinheiro manso já no reinado de D. Afonso III.

Mais tarde, também por iniciativa de D. Dinis, o rei lavrador, o pinheiro bravo tornou-se dominante no Pinhal de Leiria.

A madeira de ambas as espécies alimentou durante largos anos a construção naval em Portugal.

Na Marinha Grande existiu em tempos a mais importante circunscrição florestal do país e a Mata Nacional de Leiria era vista como um exemplo de gestão e ordenamento florestal, explica Gabriel Roldão.

A organização em talhões, que se mantém até aos dias de hoje, mas também a administração do território com base num plano a 10 anos, ajudaram a criar um pinheiro bravo de excelência, que seria exportado para povoamentos na Austrália, durante o século XX.

Mas no Pinhal de Leiria, sobretudo junto ao ribeiro de Moel, subsistem outras espécies: eucaliptos, acácias, adernos, samoucos, taxódios e carvalhos, entre outras, lembra Gabriel Roldão.

É ainda o Ribeiro de Moel que leva a descobrir o Vale dos Pirilampos, uma das maravilhas da catedral verde e sussurrante, como lhe chamou o poeta Afonso Lopes Vieira.

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de