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"Assumimos um compromisso de acolher cerca de 1000 refugiados até ao final de 2019. A primeira centena e meia chegará nas próximas semanas a partir do Egito". A garantia é deixada numa conversa telefónica pelo Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
A participar numa conferência em Viena, na Áustria, o responsável do Governo com a pasta das migrações adianta que Portugal quer continuar na linha da frente e a ser solidário no que diz respeito ao acolhimento de refugiados. Por isso mesmo, também está na calha um programa bilateral com a Grécia como adiantou a TSF no início do mês.
O jornalista Filipe Santa-Bárbara conversou com o ministro Eduardo Cabrita sobre os pormenores da chegada destes refugiados a Portugal.
De visita à Grécia na próxima semana, Eduardo Cabrita vai contactar com as autoridades gregas para analisar "a possibilidade de estabelecer um plano de cooperação bilateral que permita, com financiamento da União Europeia, a transferência de refugiados a partir de campos na Grécia para Portugal". O ministro garante que existe "abertura para trabalhar em conjunto", que "Portugal é considerado um parceiro adequado por parte do governo grego" e ainda que o país está a trabalhar juntamente com o comissário europeu para as migrações.
"Achamos que a responsabilidade nesta matéria deve ser partilhada por todos", sublinha Cabrita ao lembrar que Portugal foi o "primeiro país que assinou com a Alemanha um acordo sobre movimentos secundários".
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Para já, o ministro da Administração Interna não avança com números acerca da disponibilidade portuguesa para este projeto que vai ser proposto à Grécia, garante apenas que é algo que vai ser desenvolvido ao longo do próximo ano.
No futuro, a premissa deve estar em "não desistir da criação de soluções de compromisso". "Esta capacidade de países como Portugal têm tido de trabalhar com Malta ou a Grécia no encontrar de soluções tem de se transformar num modelo estável e permanente de cooperação. Não podemos estar num pretenso contraponto entre países da linha da frente e países que se colocam longe destes temas", lembra o ministro que fez valer este ponto de vista na "Conferência de Viena sobre Migrações - Da Gestão de Crise à Governança Futura".
Nesse sentido, o ministro lembra que não é possível ficar "nas soluções ad hoc navio a navio" e que é "essencial uma cooperação com os países africanos".