Novo Eixo Central de Lisboa agrada aos transeuntes

Novo Eixo Central de Lisboa "deu mais espaço às pessoas".

Marcus Deslandes trabalha na zona do Saldanha, em Lisboa, e vê com bons olhos a requalificação do Eixo Central, obras que terminaram na semana passada, considerando mesmo que agora há mais espaço para caminhar.

"A obra tirou espaço aos carros e trouxe mais espaço às pessoas para caminhar", observou, em declarações à agência Lusa.

Juntamente com dois colegas de trabalho da área bancária, na casa dos 30 anos, Marcus Deslandes passeava hoje na Avenida Fontes Pereira de Melo, durante a pausa para almoço.

Na opinião de Marcus, os passeios "estavam degradados e prejudicavam a locomoção". Depois da intervenção, que juntou pedra de lios e calçada portuguesa, a preferência recai em caminhar na pedra, apesar de "escorregar um pouco quando está a chover", como foi o caso de hoje.

Esta é também a preferência de grande parte dos transeuntes, constatou a Lusa no local.

Também Paulo Silva considerou que a zona "está mais agradável", apontando como único problema o estacionamento. Por isso, Paulo contou à Lusa que prefere deslocar-se para o trabalho de metro, ao contrário do colega Ricardo Amaral.

O terceiro elemento do grupo, que aproveitou os únicos raios de sol da manhã para passear, disse que "ainda é difícil chegar ao Saldanha por causa do trânsito", mas como tem garagem no local de trabalho prefere, mesmo assim, deslocar-se de carro.

O projeto do Eixo Central, em obras desde maio passado, possibilitou o alargamento dos passeios, a criação de zonas verdes, a repavimentação das faixas de rodagem, o reordenamento do estacionamento e a criação de uma ciclovia bidirecional.

A 22 de janeiro, a Câmara Municipal de Lisboa assinalou o fim da intervenção com atividades desportivas e animação de rua. Uma semana depois da inauguração, alguns semáforos ainda não estão totalmente operacionais, estão a ser feitos alguns arranjos em canteiros e na calçada, bem como as marcações em certos troços da ciclovia.

Também Maria José, moradora na zona há um ano, vê com bons olhos a intervenção.

"Acho ótimo", advogou.

Enquanto passeava a cadela Bica pela Avenida da República, Maria José referiu que "foi criado um alarme um pouco exagerado em relação às obras", e que, na prática, não sentiu muitos constrangimentos.

Quanto ao passeio, também prefere seguir pela pedra, uma vez que "é mais fácil para a cadela".

Já do lado dos comerciantes, a visão é um pouco menos radiosa.

Carlos Pinto tem um quiosque na Praça Duque de Saldanha. Durante as obras, o espaço que ocupava estava localizado mesmo em frente a uma boca do metro.

A morada atual, em frente ao centro comercial Monumental, não é tão boa para as vendas.

"Desde que estou aqui senti uma redução de 25% nas vendas e nem tenho lugar para estacionar", apontou.

Apesar de considerar que "em termos de aspeto a zona está muito mais bonita", Carlos defendeu que "muitos comerciantes perderam clientela" devido à intervenção.

Também o quiosque Nilde, na Avenida da República, sentiu uma redução nas vendas.

Mesmo partilhando a opinião de que a zona "está mais agradável", a proprietária observou que "desde setembro que o negócio ficou parado, as obras afetaram muito".

O problema, salientou, reside principalmente no estacionamento.

"Antes as pessoas estacionavam, mesmo em segunda fila, e vinham comprar o jornal e tomar o pequeno-almoço. Agora, como não têm onde estacionar, não vêm tanto", explicou.

Em maio, o presidente da autarquia, Fernando Medina, admitiu que as obras de requalificação implicariam a redução de 60 lugares de estacionamento.

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