Sabores ao Quadrado na Margem Sul

A Trafaria, na margem sul do Tejo, continua a revelar-se um bom destino gastronómico. Por ali há casas tradicionais com fama e outras, mais jovens, onde a culinária simples e os preço em conta dão sabor duplicado aos pitéus.

Estância balnear muito em voga no século XIX, visitada pela rainha D. Amélia - um painel de azulejos retrata o acontecimento --; destino preferido da burguesia lisboeta da época, que ali «ia a banhos», como então se dizia, a Trafaria foi praia onde se fixou uma comunidade piscatória,

Na margem sul do Tejo, frente a Belém, a Trafaria, nome cuja origem não é consensual: pode ter resultado da transformação fonética de «transfarena», junção dos vocábulos de origem islâmica «trafa» - ponta - e latina «arena» - areia --, ou simplesmente da palavra árabe «tarifa», que significa «cousa extrema, final ou última», foi fundada por pescadores, que ali se estabeleceram.

À beira rio, destaca-se o edifício do antigo presídio militar, construção que serviu, para além de cárcere em períodos distintos da história de Portugal, para outros e diversificados fins.

Hoje, o conjunto de edifícios que marcou a vida local tem bem à vista as desbotadas marcas do esquecimento. Comuns aos barcos que agonizam mais à frente, na direção da Cova do Vapor, no extremo do comprido areal. A Trafaria está hoje bem diferente, mas guarda resquícios da vivência de outros tempos, dos inícios do séculos XX, quando Raimundo António de Bulhão Pato, o poeta e ensaísta mais conhecido pela célebre receita das amêijoas que viveu e faleceu no vizinho Monte da Caparica, se entretinha por ali. Por vezes, em caçadas.

É na avenida Bulhão Pato, perpendicular ao Tejo e ao terminal fluvial, vizinho do antigo presídio militar, que se destaca, desde 2011, o restaurante Sabores ao Quadrado.

Casa simples, com uma esplanada confortável, que nos dias mais convidativos, permite aumentar a lotação da acolhedora sala interior, onde imperam os tons claros e o balcão, num dos topos.

A simplicidade é a nota dominante do espaço marcado pela informalidade: mesas, com toalhas em pano aos quadradinhos cobertas por papel, e cadeiras igualmente em madeira,

A lista depende um pouco do que surgir no mercado ou na lota. Produtos para serem trabalhados de modo correto, de acordo com uma culinária segura, sem descabidas ambições.

Pratos populares como é o caso da petinga frita acompanhada com arroz de tomate ou das iscas à portuguesa fazem as delícias da clientela, que pode, eventualmente, optar por carapaus assados ou peixe espada.

Nos pratos de carne, entremeada; piano; costeleta de novilho; espetadas de porco; bochechas e secretos são algumas das sugestões.

Sobremesas habituais. Garrafeira de acordo com o estatuto desta casa despretensiosa, popular e com boa relação preço-qualidade. SABORES AO QUADRADO, na Trafaria.

Localização: Trafaria (Almada)

Telefone: 933 603 286

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